9.4.25

Um Clube sem rosto

 

Daqui a 10 anos o Rio Ave terá um estádio excelente, um plantel a lutar pelos lugares europeus e será apresentado como uma SAD modelo, mas até lá chegarmos vamos ter de comer muito pó...

Desde o início que tenho escrito sobre as debilidades do modelo de gestão adotado pelo investidor, que, nesta altura, se poderia tornar um caso de estudo - pela negativa - nas universidades.

Uma das maiores fragilidades é a falta de uma cara, alguém que assuma quando é preciso assumir: e, se o Famalicão é o exemplo que temos mais próximo, é forçoso reconhecer que ali existe um rosto, mesmo que esteja a cumprir as diretrizes gerais do investidor israelita (o investidor do Famalicão não liga antes ou depois dos jogos a exigir a entrada ou saída de jogadores!).

Em termos de governação da sociedade desportiva, não existe ninguém. Os administradores não executivos aparecem em público (segunda foi Henrique Maia, na homenagem a João Novais), mas eles não mandam.

Quem fala em nome da SAD do Rio Ave? O diretor técnico? 

Neste momento, somos um Clube sem rosto, sem liderança, pelo menos externa, o que não é irrelevante. Talvez a má situação desportiva desta época possa também ter a ver com isso.

Por falar em homenagem a João Novais: é pelo menos a terceira vez que o hino do Rio Ave é interrompido para anunciar que determinado jogador completou X jogos com a nossa camisola. Obviamente que o Pioneiro é a última pessoa com responsabilidades nisso (cumpre ordens...), mas deveria estar na mente de todos que NUNCA se interrompe o hino. Por tudo e também por isto: os adeptos que o estão a entoar sentem-se como, quando são interrompidos?