Acredito que daqui a uns anos este texto continuará a ser lido. Por isso aqui fica um 'resumo' para memória futura:
"O Rio Ave pôs Portugal a vibrar e a sofrer, no fim de um jogaço em que deixou um gigante europeu a cambalear por quatro vezes e só lhe faltou um sopro mais para o atirar definitivamente ao chão.Esteve perto, muito perto, de escrever definitivamente história. Não o conseguiu, é verdade, mas ninguém nos pode tirar este sorriso da cara: o sorriso de um país orgulhoso com uma sua equipa. Não custa adivinhar que o Rio Ave se tornará nos próximos anos uma equipa de dimensão europeia. É o percurso normal para um clube que trabalha bem em vários aspetos. Nessa altura, quando voltar a defrontar um tubarão europeu, a bola vai bater nos dois postes e entrar. E Portugal continuará a vibrar e sofrer como hoje. Orgulhoso de uma sua equipa. Obrigado por isso." (Sérgio Pereira, Mais futebol)
É evidente que, quem não conhecer a equipa do Rio Ave, irá ficar surpreendido, mas como disse na antevisão, o Rio Ave não tem medo de qualquer adversário. Respeitamos sempre todos os adversários. Jogámos com uma equipa de topo [a nível] europeu, demonstrámos em campo que podemos lutar igual para igual com qualquer equipa e foi isso que fizemos. Foi pena pela qualidade e pela entrega dos jogadores. Não conseguimos levar de vencida esta eliminatória, penso que era merecido.»Pioli: «É difícil controlar as emoções em todos os momentos, mas nos penáltis, o resultado pode cair para qualquer lado. O Milan teve sempre o pensamento claro, desde que entrou no estádio, de sair com o primeiro objetivo da época. O Rio Ave é uma equipa jovem, muitos com a primeira experiência na Europa. Estou satisfeito. As emoções estiveram ao rubro, é um primeiro objetivo importante.»
A minha análise ao jogo: Mário Silva surpreendeu com os três centrais e acertou. Claro que Mané teve dificuldades na esquerda e Bruno Moreira andou longe do jogo, porque a bola não lhe chegou, mas a ideia era controlar o adversário e não o deixar marcar. Depois, outra vez na segunda parte, o treinador mexeu e Geraldes e Dala (também Jambor) fizeram diferença. Aos 120 minutos o Rio Ave estava apurado, mas ninguém - nem o próprio jogador - podia contar com aquele braço no último segundo. Nos penalties, já se sabe; pode dar para os dois lados, mas fomos competentes.
Jogo no Estádio do Rio Ave FC, em Vila do Conde
Árbitro: Jesús Manzano
Ao intervalo: 0-0
No final do tempo regulamentar: 1-1
No final do prolongamento: 2-2
Marcadores: Saelemaekers (51), Francisco Geraldes (72), Gelson Dala (91) e Çalhanoglou (120).
Rio Ave FC 2 (8)
Kieszek, Ivo Pinto, Toni Borevkovic, Santos, Nelson Monte, Filipe Augusto, Tarantini, Carlos Mané, Piazon, Diego Lopes e Bruno Moreira
Substituições: Diego Lopes por Francisco Geraldes (66), Tarantini por Jambor (75), Bruno Moreira por Gelson Dala (85) e Carlos Mané por Gabrielzinho (109).
Suplentes não utilizados: Léo Vieira, Pedro Amaral e André Pereira.
Treinador: Mário Silva
AC Milan 2 (9)
Donnarumma, Calabria, Kjaer, Gabbia, Hernandez, Bennacer, Çalhanoglu, Kessié, Castillejo, Saelemaekers e Maldini
Substituições: Castillejo por Diaz (Intervalo), Maldini por Rafael Leão (67), Saelemaekers por Colombo (95) e Kessié por Tonali (106).
Suplentes não utilizados: Tatarusanu, Krunic e Laxalt.
Treinador: Stefano Pioli