Cerca de uma hora depois da publicação do texto onde se lamentava a ausência de informações sobre a venda de bilhetes para a meia-final da Taça de Portugal, eis que surgiu o anúncio oficial por parte do Rio Ave. Fica o registo: parece que às vezes vale a pena questionar e escrever.
No entanto, ao olhar com atenção para os preços praticados, surge uma nova dúvida — talvez até mais difícil de explicar do que a demora na divulgação.
Os bilhetes para sócios do Rio Ave na bancada central do Estádio Capital do Móvel têm exatamente o mesmo preço que o Sporting praticou para os seus sócios na bancada nascente. Isto é: o nosso clube, que joga em "casa" vai praticar o mesmo preço para os seus sócios que o clube adversário pratica para os seus sócios.
Faz sentido?
Se olharmos ainda com mais detalhe, torna-se ainda mais caricato:
- Para ver o jogo da primeira mão, em Alvalade (cerca de 400 km de distância), os sócios do Rio Ave pagaram 5 euros pelo pack bilhete + deslocação.
- Para ver a segunda mão, num jogo "em casa", em Paços de Ferreira (cerca de 40 km de distância), o preço do mesmo pack sobe para 7 euros.
Ou seja, ver o Rio Ave em Alvalade saiu mais barato do que ir ver o Rio Ave "em casa".
Será que as portagens da A41 estão mais caras do que as da A1? Ou será que o gasóleo esta semana subiu drásticamente?
É difícil perceber esta lógica. E mais difícil ainda é aceitar que um clube como o nosso, que tanto precisa do apoio dos seus adeptos e que já joga longe do seu estádio, não procure ser mais agressivo nas suas campanhas de mobilização.