Nas primeiras três jornadas da temporada, o Rio Ave defrontou um desafio que, em teoria, se poderia considerar difícil. Defrontámos duas das maiores equipas do campeonato. O saldo pontual, à primeira vista, pode ser considerado positivo: uma vitória e duas derrotas. No entanto, a análise vai além dos números e o sentimento que prevalece é de insatisfação.
Olhando para a tabela pontual e tendo com consideração os jogos realizados, é tentador dizer que estamos num ponto satisfatório. Conquistar três pontos em três jogos, considerando a qualidade dos adversários, não é um mau resultado.
Todos sabemos que o campeonato dificilmente se decide nestes jogos contra os grandes mas sim contra as equipas do "nosso campeonato". E, sob essa perspetiva, vencer o jogo contra o Farense foi importante.
No entanto, a fraca qualidade exibicional da equipa não pode ser ignorada. Se por um lado os pontos são o objetivo final, por outro, as exibições deixaram muito a desejar e isso também é de destacar. Frente às duas grandes equipas, a nossa prestação foi apática, desinspirada e sem ideias claras de jogo. Cometemos erros que não se esperam de uma equipa que tem investido tanto e acima de tudo, não conseguimos sequer incomodar seriamente os adversários.
Mesmo a vitória sobre o Farense não foi uma vitória resultante de um domínio avassalador e talvez o empate fosse o resultado mais justo.
A insatisfação que paira sobre as exibições não é um sentimento meu, basta ver as redes sociais do clube para ver que o sentimento é sentido por vários adeptos. As expectativas eram maiores principalmente no que diz respeito à qualidade de jogo. É necessário mais do que a conquista de pontos para que a época seja considerada bem-sucedida: é preciso uma evolução clara na qualidade de jogo, algo que ainda não tem acontecido.
O balanço pontual até pode ser positivo, mas a realidade é que a equipa tem muito a melhorar. Há que encontrar soluções rapidamente para que o futebol jogado esteja à altura das ambições traçadas.