14.10.25

Sobre a nova atualização: Alexandrina Cruz com Poderes Executivos na SAD




O que era uma incompatibilidade teórica e ética, transformou-se numa situação mais grave com a recente divulgação do novo Conselho de Administração da Rio Ave SAD
Não basta Alexandrina Cruz ser Presidente da Rio Ave SAD (o detentor da maioria do capital social da SAD) e, simultaneamente, Presidente do Rio Ave FC; agora, sabemos que detém poderes executivos na SAD.

Esta concentração de poder é inaceitável e destrói qualquer resquício de separação de interesses. A Presidente do Clube, que é suposto zelar pelo património e pela defesa intransigente dos sócios e da instituição, passa a ser a principal gestora e decisora operacional da entidade que deve pagar ao Clube e que tem, por natureza, uma lógica de mercado e lucro.

A Incompatibilidade Prática e Operacional

Com poderes executivos na SAD, a Presidente tem a responsabilidade de maximizar o desempenho financeiro e desportivo da SAD. Ao mesmo tempo, como Presidente do Clube, tem o dever de negociar em nome do Clube, por exemplo:

  • Ainda há uns meses houve um desconto feito por parte do clube à SAD relativamente à renda anual. Qual é a sua avaliação relativamente a este desconto feito por Alexandrina Cruz à SAD?
  • Utilização de Infraestruturas (com o novo terreno): Irá a decisora executiva da SAD assinar um contrato oneroso com o Clube, que ela própria representa na outra "cadeira" ou perdoará qualquer aumento de na renda anual?

A resposta é evidente: não há negociação, há apenas uma decisão única. Os interesses do Clube deixam de ser defendidos por uma voz independente e passam a ser submetidos à lógica executiva da SAD.


O Silêncio Cúmplice da Direção do Clube

É particularmente revoltante a passividade da restante Direção do Rio Ave FC. Perante um cenário de conflito de interesses de tamanha dimensão, o silêncio dos restantes membros é ensurdecedor. Onde está o compromisso destes dirigentes para com os sócios que os elegeram? O seu dever é questionar e exigir a separação de cargos para salvaguardar a autonomia do Clube. Ao não o fazerem, tornam-se cúmplices de uma situação que coloca os interesses da instituição em risco.