A eliminação do Rio Ave na Taça de Portugal frente ao Sintrense, uma equipa do Campeonato de Portugal, deixou marcas profundas – não só pelo resultado em si, mas sobretudo pelo que aconteceu depois. As redes sociais do clube foram rapidamente inundadas por críticas dos adeptos, muitas delas dirigidas aos jogadores, equipa técnica e à estrutura diretiva. Num momento tão delicado, seria natural que a contestação surgisse, mas entre os comentários houve relatos que merecem uma atenção especial.
Alguns sócios que acompanharam a comitiva Rioavista afirmam ter assistido a um alegado desentendimento entre Ntoi e André Luiz. Não sei exatamente em que contexto terá ocorrido, nem se foi durante ou após o jogo, mas a confirmar-se a veracidade deste episódio, trata-se de um sinal preocupante que vai muito além do mau momento desportivo.
Os resultados podem ser negativos, as exibições podem gerar críticas, mas a unidade dentro do balneário é sagrada. Quando começam a surgir fraturas internas, quando companheiros de equipa entram em conflito entre si, isso não só fragiliza o grupo como abre espaço para a desconfiança e instabilidade.
É precisamente aqui que entra a responsabilidade do treinador. A ser verdade, Sotiris tem a obrigação de agir de imediato, identificar o que aconteceu e impor disciplina. O Rio Ave já enfrenta problemas suficientes dentro de campo para agora permitir que problemas de balneário se instalem. Episódios deste género, se não forem travados a tempo, podem alastrar-se e contaminar o ambiente competitivo de forma irreversível.
Mais do que encontrar culpados, importa enviar um sinal claro: ninguém está acima do clube. O momento exige liderança, firmeza e proteção da equipa como grupo. A época ainda vai ser longa e o que menos o Rio Ave precisa é de divisões internas.
Que este episódio, a ser verdade, seja tratado com a máxima seriedade. Porque perder um jogo é mau, mas perder um balneário… isso sim, pode ser fatal.