Volto a um tema incómodo que nos últimos dias agitou o universo Rioavista: a nomeação da Presidente Alexandrina Cruz para presidente da SAD.
Apesar da esmagadora maioria das reações (redes sociais) ter sido para congratular a Presidente, dois dos nossos textos (os mais críticos, por sinal, aqui e aqui) tiveram uma soma de mais de duas mil leituras no blogue, o que dá mais do que os adeptos que estiveram domingo a ver o jogo com o Tondela😅.
Ou seja, embora a reação-tipo tenha sido 'parabéns e beijinhos', há mais a dizer.
E por isso aproveito o momento para deixar duas ideias:
- o ideal é que Clube e SAD andem sempre em sintonia. Mas sabemos que isso é impossível. É ao Clube que compete defender os interesses dos sócios e não à SAD. Se a SAD não está mito preocupada com a falta de transmissão do jogo da Taça de Portugal cabe ao Clube 'apertar' a SAD. É um exemplo muito pequeno, eu sei, mas mostra como Alexandrina Cruz pode vir a ficar numa corda bamba, sem saber para que lado cair. Por isso acho que seria de evitar (dei outros exemplos mais relevantes aqui, por isso não os repito agora).
- Acredito convictamente em que se, na época em que o então presidente do Rio Ave FC decidiu gastar o que tinha e sobretudo o que não tinha para subir de divisão, tivesse havido oposição, vozes a alertar para os riscos e consequências, o Rio Ave não teria falido e não seria obrigado a vender a sua SAD a este investidor – até o poderia ter feito, mas noutras condições. Mas não. Todos ou quase todos, a começar pela então vice-presidente e a acabar em sócios anónimos como eu, ficámos calados e o resultado foi o que se viu. E se falo disto agora é apenas por, nesta altura, vivermos exatamente uma situação que exige que as dúvidas sejam expostas. Alto e bom som. Sem medo. Lamento por isso que juristas com história de ligação ao Rio Ave estejam em silêncio, em vez de alertarem para as dúvidas ético-legais que deveriam ser devidamente discutidas. O mesmo silêncio do passado. Depois não venham com estórias...