31.10.25

Ter ou não ter a maioria na SAD, eis a questão (esclarecimentos sobre uma comparação infeliz)


(foto retirada do facebook do Rio Ave)


Ontem, após a minha intervenção, um associado — que me merece todo o respeito — usou, com todo o direito, da palavra para responder, apresentando alguns argumentos sobre aquilo que referi como um evidente conflito de interesses.

O referido associado questionou o auditório, perguntando se alguém esperava que André Villas-Boas, depois de ser eleito presidente do FC Porto, não viesse a assumir igualmente a presidência da SAD; ou que o mesmo não acontecesse com o Dr. Frederico Varandas, no Sporting, ou com António Salvador, no Braga?

Na altura, optei por não voltar ao púlpito. O ambiente estava já bastante exaltado — mais uma vez, um episódio lamentável, ainda que, desta vez, o presidente da Mesa da Assembleia Geral tenha atuado de forma rápida e firme — e considerei que insistir apenas contribuiria para acentuar a crispação.

No entanto, sinto agora a obrigação de esclarecer todos os que estavam presentes e ouviram essa comparação.

No Futebol Clube do Porto, o clube é detentor de cerca de 74,59% da SAD.
No Sporting Clube de Portugal, o clube detém aproximadamente 88% da SAD.
E no Sporting Clube de Braga, é o maior acionista da SAD.

Há, portanto, um denominador comum evidente: em todos esses casos, o clube é o sócio maioritário da respetiva SAD.

Como tal, é o próprio clube — enquanto acionista de referência — quem elege o presidente da SAD. Estranho seria, nessas circunstâncias, o clube não escolher o seu próprio representante para liderar a sociedade e entregar esse papel a um investidor/quadro externo.

No caso do Rio Ave, a situação é completamente distinta.
O clube detém apenas 20% da SAD e, ainda assim, a pessoa que conduziu o processo de venda dessas participações foi, posteriormente, nomeada presidente da SAD pelo investidor que adquiriu a posição maioritária.

Creio que esta explicação é suficiente para demonstrar que as situações não são de todo comparáveis.

Espero, assim, ter esclarecido não apenas o associado que interveio, mas também todos os que assistiram à assembleia.

E, para finalizar, o mesmo associado terminou a sua intervenção dizendo conhecer bem a Alexandrina, saber onde mora e que, caso algo aconteça, todos sabemos que vive na Junqueira e que terá de dar a cara na cidade.
Pergunto: o que é que isso vale, exatamente?