17.9.25

Identidade: Até na formação se esquece o verde e branco?


Este fim de semana regressei à Academia do Rio Ave para assistir a alguns jogos da nossa formação. Vi os sub-19, vi os sub-17 e, no meio do prazer de acompanhar o futuro do clube, houve algo que me deixou com uma sensação agridoce.

Não é a primeira vez que acontece, mas continua a causar-me estranheza — e confesso, alguma tristeza: demasiadas vezes, as nossas equipas jovens entram em campo vestidas de laranja. Mesmo quando o adversário não tem qualquer semelhança com as nossas cores principais, o equipamento alternativo acaba por ser a escolha.





E aqui surge a pergunta inevitável: porquê?

A nossa identidade sempre foi verde e branca. É a camisola que nos une, que nos distingue, que carrega décadas de história. Ver os jovens do Rio Ave — aqueles que, mais do que ninguém, deviam crescer a sentir o peso e o orgulho das nossas cores — tantas vezes afastados do equipamento principal levanta uma questão que não pode ser ignorada.

Quero acreditar que não se trata de uma ordem vinda “de cima”. Quero acreditar que a explicação seja apenas logística. Mas fica sempre no ar a suspeita: será esta escolha uma forma de evitar semelhanças com o Panathinaikos, clube com o qual partilhamos as cores e que, por razões óbvias, não está no círculo de preferências de Marinakis?

Seja qual for a razão, a verdade é que se perde algo essencial. A camisola verde e branca não é apenas um pedaço de tecido: é um símbolo. É nela que está a memória do passado. Despir os nossos jovens dela, quando não há necessidade, é empobrecer a essência do clube.

Porque no fim, a pergunta mantém-se: será mesmo preciso abdicar da nossa identidade até nas camadas jovens?




Mais exemplo:

Sub-23 num jogo de treino