Em relação à responsabilidade da direção no plano desportivo temos de começar pela má escolha do treinador. Não há volta dar. Para ir buscar um treinador com sucesso na formação, que é o que Mário Silva tem no currículo, havia um dentro de portas a quem foi dada agora a oportunidade.
Se a aposta era em alguém com sucesso na formação apostavam em alguém que conhecesse a formação dentro de casa. Se o ano passado deram a bombinha a Gama, agora espetam-na a Pedro Cunha e claro que ter tempo para planear uma época não é a mesma coisa que entrar numa fase de espiral negativa, sem resultados, com jogadores sem confiança e a lutar pela manutenção.
Pedro Cunha merecia começar uma época.
É triste que quando se dá oportunidade a quem é da casa, a quem sente o Rio Ave, se dê essa oportunidade com um copo de água para apagar um castelo a arder.
No início da época o discurso do Presidente e do Director Geral era de aposta na formação e daí Mário Silva. Por outro lado e em contradição os jogadores de maior destaque dos sub23 dos últimos 2 anos foram saindo: Vitó, Tiago André, Carlos Alves, Ruben Gonçalves, Bianchi, Schutte. Ficaram Costinha, Lenadro e Teixeira. Pois bem: Costinha fez um jogo os outros 2 não jogaram.
Foi contratado um central sub20 da Nova Zelândia como sendo alguém com enorme futuro. Mas precisamos de alguém com enorme futuro ou precisamos de alguém que tenha qualidade para discutir o lugar? Para enorme futuro não chegavam os que cá andavam? Isto foi um Capricho de quem?
Esta situação criou uma debilidade no plantel, que ao contratar um treinador inexperiente deveria ter levado uma direcção experiente a alertar um treinador pouco rodado que 3 centrias + um com furuto era curto. Ninguém tem só 3 centrias no plantel, ainda para mais em ano em que os jogadores têm risco de ter de ficar isolados como qualquer um de nós corre esse risco.
Nas laterais há quantidade mas falta a qualidade. Na direita Ivo Pinto é reforço. Além da qualidade tem uma atitude competitiva como se calhar mais nenhum tem. Costinha tem um enorme futuro e aqui há duas questões: se fosse possível contratar alguém com nível mais aproximado de Ivo Pinto muito bem, não tendo sido acho que é Costinmha que tem de lá estar. Não seria prudente ter alguém com futuro e contratar um Nando ou um Amaral qualquer para a direita, como não foi para o centro nem para a esquerda. Se há futuro dentro de casa é de dentro de casa que tem de sair a aposta.
Na esquerda Matheus iria sair de qualquer modo. Ir com Coentrão (nas condições em que está) e Amaral (que já cá estava o ano passado e era obrigação da direcção conhecer e reconhecer quem não tem qualidade de primeira liga) é suicídio.
Sinceramente creio que o meio-campo foi em teoria bem reforçado. Nada a apontar. Pode estar a falhar mas não é da responsabilidade de quem monta.
Nuno Santos saiu e não foi contratado um extremo canhoto - grande falha.
Percebo que não se arranjam Vinicius e Taremis do dia para a noite. Mas contratar um ponta-de-lança sem golo sendo que os que cá estão também não têm um histórico favorável, ainda por cima vindo com o valor de 1milhão foi mau, péssimo.
Primeiro porque foi caro, segundo porque não tem golo, terceiro porque não é melhor do que os que cá estavam.
Esperamos que este mês chegue alguém que faça a diferença, visto que já perdemos o melhor avançado para um concorrente directo.