7.1.21

A Culpa: Mário Silva

Nem quando houve a situação com Capucho fui a favor da saída do treinador. Mas desta vez fui. Tinha mesmo de ser.

Faltou coragem ao treinador. Quando se possa pensar que o mais difícil seria pôr Tarantini no banco, isso se calhar foi o mais fácil. Já aconteceu em outras épocas, tem a idade que tem e toda a gente sabe que não vai para novo.
Difícil seria ter a coragem de meter um dos centrais no banco, como meteu Amaral (porque a esse foi fácil fazê-lo com o elo mais fraco) contra o Milan e pôs lá um jogador mais fiável.
Deveria ter também a coragem de quando viu que era preciso combate, ter tirado os moles todos de uma vez e falo de: Diego, Geraldes, Mané e Piazon e jogar com 3 homens de meio-campo com Pelé, FA e Tarantini ou Jambor (ou até os 4 para dar um sinal) e apenas 1 dos moles.
Se era preciso músculo então é função do treinador dar músculo.
Teve alguma coragem de assumir que errou (se é que a informação é verdadeira) quando pediu André Pereira, quando o sentou no banco, mas em vez de tentar inventar Dala a Ponta-de-lança, deveria ter colocado o Bruno Moreira no lugar do André Pereira. Mas aí, se calhar faltou-lhe mais coragem para pôr a titular o ponta-de-lança que quis dispensar.

Isto entronca numa natural falta de liderança. A um líder pede-se tomadas de decisão. Sejam fáceis ou difíceis, sejam populares ou não (porque um verdadeiro líder não pode olhar a gostos de terceiros).
Fosse no 11 de início, fosse a mexer na equipa faltou muitas vezes coragem e faltar coragem a quem manda é falta de liderança.
Não esgotar substituições em jogos onde se está a perder, não encher o banco quando há equipa B e sub23 são atitudes que não se entendem.

Aliado a isto há uma natural apatia, que pode até se uma característica pessoal, mas que não jogou a favor. Sempre que as imagens o focavam, após um erro, uma falha de um jogador do Rio Ave, um golo adversário, o treinador estava a abanar com a cabeça como que a dizer "não". Há momentos em que é preciso mandar 2 berros para dar um abanão. Isso não acontecia.

Por fim creio que o mau aproveitamento de alguns jogadores também condiciona. Diego quase sempre fora de posição. Dala não é um "9". Geraldes para jogar ali tem de jogar mais à frente ou então não joga porque não é jogador para transporte de bola. A determinada altura sentar Bore para promover Nelson Monte ou derivar Ivo para o centro e meter Costinha à direita teria sido um opção sensata.

Acrescento aqui a avaliação inicial do plantel.
Não sei se Mário Silva pediu ou não, mas ir à luta com 3 centrais e  o 4º ser o Nando não cabe na cabeça de ninguém. Com esse reforço que como o próprio treinador disse "tem uma grande margem de progressão" teriam de ser 4+1 como aconteceu vários anos e como acontece com as 4 equipas que por norma terminam o campeonato acima de nós.
Não tinha um extremo canhoto... pedia. Não davam: mostrava desagrado público. Se não contava com Costinha que assumisse e se achou que Matheus saindo iria chegar ir a jogo Coentrão e Amaral avaliou muito mal.
Nos últimos jogos com tantos golos pela direita mantém o mesmo lateral, os 2 centrais, o extremo e o médio de cobertura... Se ninguém que joga se sente ameaçado não dá tudo e se quem está fora percebe que por muito que dê nunca irá jogar deixa de dar e posto isto: ninguém dá nada.