Quando um clube empresta um jogador, a ideia principal é garantir que ele tenha o tempo de jogo necessário para crescer, algo que não ia conseguir no seu clube. O objetivo é que este atleta cresça, desenvolva as suas capacidades, e regresse mais competitivo e preparado para desafios maiores. Há ainda outra razão para os empréstimos: a valorização do jogador, permitindo que o clube possa beneficiar financeiramente de uma eventual transferência futura. Contudo, nem sempre as expectativas dos empréstimos são correspondidas, e isso parece ser o caso de vários jogadores do Rio Ave nesta temporada.
Miguel Nóbrega (Piast Gliwice)
O central Miguel Nóbrega foi emprestado ao Piast Gliwice, da Polónia, há cerca de três semanas. Contudo, desde então, o jogador ainda não realizou qualquer jogo oficial pelo clube. A falta de utilização levanta dúvidas sobre a sua integração na equipa e o propósito deste empréstimo. Se a ideia era ganhar minutos, valorizar e depois vendê-lo no último ano de contrato (Rio Ave opção de renovação por mais um ano), até agora, a missão está longe de ser cumprida.
Amine Rehmi (Feirense)
Amine Rehmi é outro jogador que não tem conseguido aproveitar o empréstimo da melhor forma. O Feirense, que já disputou seis jogos esta temporada (um para a Taça de Portugal e cinco para a Segunda Liga), utilizou Amine apenas 67 minutos. Ainda mais preocupante é o facto de Amine ter jogado apenas 12 minutos na Segunda Liga, mostrando que o treinador do Feirense não parece confiar nele neste momento para as competições principais.
Hélder Sá (Feirense)
Também emprestado ao Feirense, Hélder Sá tem tido uma utilização ligeiramente superior à de Amine, mas ainda assim longe de ser ideal. Desde o início da temporada, o jogador contabiliza 128 minutos de jogo, mas nunca foi titular em jogos para o campeonato. A sua única titularidade aconteceu na Taça de Portugal, num jogo que resultou numa derrota frente ao modesto Pêro Pinheiro, do Campeonato de Portugal.
Lomboto (Torreense)
Entre os jogadores emprestados, Lomboto é, sem dúvida, o que melhor tem aproveitado a oportunidade. O médio foi titular em todos os jogos que disputou, acumulando um total de 323 minutos em campo. Com quatro jogos realizados até ao momento, Lomboto tem mostrado ser uma peça útil para o Torreense, aproveitando ao máximo o empréstimo para ganhar ritmo e mostrar o seu valor.
Hiago (Vilaverdense FC)
Hiago, emprestado ao Vilaverdense FC (Liga 3), tem tido uma experiência menos positiva. Apesar de o clube já ter realizado seis jogos para o campeonato, Hiago participou apenas em dois. Ainda mais preocupante é o facto de o jogador não ter disputado qualquer jogo no último mês, o que indica uma quebra significativa na sua utilização. Tal como no caso de outros jogadores emprestados, o tempo de jogo tem sido insuficiente para promover o seu crescimento.
Conclusão
À data, o balanço dos empréstimos dos jogadores do Rio Ave não é animador. Com exceção de Lomboto, os restantes jogadores emprestados não têm conseguido afirmar-se nas suas equipas. A falta de minutos de jogo não é positiva, especialmente para Miguel Nobrega, que praticamente não têm jogado. Um empréstimo sem tempo de jogo é um empréstimo falhado, e se a situação não melhorar, os objetivos de desenvolvimento e valorização dos jogadores podem não ser atingidos.