A equipa de sub-23 do Rio Ave atravessa um período de pausa competitivo que se estende desde o dia 28 de agosto. O jogo agendado para o dia de ontem foi adiado devido aos incêndios que têm assolado Portugal. Isto significa que, ao invés dos 21 dias de paragem inicialmente previstos, os jogadores estarão sem competir durante 28 dias.
Para qualquer equipa, mas especialmente para jovens jogadores em fase de desenvolvimento, esta inatividade é altamente prejudicial. A Liga Revelação, que foi criada para garantir minutos de jogo aos atletas sub-23, perde parte da sua eficácia quando existem pausas tão prolongadas e sem um motivo justificável relacionado com a competição. Estes jovens jogadores estão numa fase crucial das suas carreiras, onde cada minuto conta para consolidar habilidades técnicas, táticas e físicas.
A falta de competição afeta também o ritmo competitivo, dificultando a retoma a um nível elevado quando os jogos regressam. A sensação de estagnação pode ser desmotivante para os jogadores, o que aumenta ainda mais a importância de manter um calendário coerente e ajustado às necessidades de desenvolvimento dos jovens.
É compreensível que situações extraordinárias, como os incêndios, provoquem adiamentos pontuais. No entanto, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), como entidade responsável pela organização da Liga Revelação, precisa de reavaliar a gestão destas pausas. Uma revisão no calendário competitivo, talvez com a inclusão de mais jogos ou competições alternativas durante estas pausas, poderia beneficiar as equipas e permitir que os jogadores mantenham a competitividade.
Se o objetivo da Liga Revelação é promover a transição para o futebol profissional, é necessário que esta ofereça um ambiente competitivo constante. A FPF deve olhar para o desenvolvimento dos jovens jogadores como uma prioridade e evitar lacunas tão prolongadas no calendário, que só prejudicam o seu crescimento.