23.9.24

O deja vu está de volta

Parece uma redundância mas é a realidade: um deja vu inúmeras vezes repetido na época passada apareceu-nos de repente na nova temporada para não nos deixarmos de habituar. Estávamos a ganhar, num jogo tranquilo e de repente sofremos 2 golos... e empatamos (que saudades, não é?).

Mudou uma coisa, mas manteve-se a outra.

O que mudou é que Freire desta vez responsabilizou os jogadores pela falta de concentração ao contrário do azar e dos árbitros que era costume.

O que se manteve é que a culpa nunca é dele...

A estatística vale o que vale: creio que não é tudo, mas às vezes ajuda-nos a entender alguns pormenores que nos escapam durante o jogo e até a compreender algumas coisas.

No jogo de ontem, para o Goalpoint o melhor em campo foi Robles, o guarda-redes do Estoril o que se pode justificar com as 3 defesas de bolas de golo que teve.

Mas analisando aquilo que mais nos interessa verificamos que o jogador mais pontuado do Rio Ave FC foi Aderllan. Tirou uma bola de golo em cima da linha, é verdade, mas analisando o primeiro golo a culpa é maioritariamente dele. Vê-se Jhonatan já de joelhos para agarrar a bola, mas o tão aclamado Xerife o que é que faz?, para dar mais um saltinho e abanar o manjerico que tem na cabeça decidiu cortar a bola para os pés do homem do Estoril o que deu o golo deles. Estatisticamente Aderllan fez um corte, contudo, se não o fizesse a jogada morria nas mãos do nosso guarda-redes.

Uma coisa é fazer muita coisa, outra coisa é fazer as coisas bem.

Contudo, no jogo anterior contra o AVS também Aderllan foi o melhor em campo muito graças às duas melhores oportunidades de golo evitadas por Ochoa.

E isso é que deve preocupar Luis Freire. Perdemos esse jogo e as únicas oportunidades são criadas por um central em bolas paradas. Deve preocupar Freire as duas vitórias que temos, além de ser 1-0 são por um golo de penalti e outro de um livre lateral em que há 2 toques de cabeça de 2 centrais.

Ontem foi diferente, viu-se mais jogo de facto, mais fluído e mais oportunidades com golos de bola corrida, mas por outro lado, menos compromisso e menos agressividade defensiva. 

Do lado positivo Omar e Panzo, 2 canhotos do lado esquerdo permitem à equipa muito mais largura e isso notou-se ontem, contudo, Omar estava morto no final da primeira parte, já nem sequer recuava, talvez por não ter ritmo e Freire devia ter percebido isso antes do segundo golo do adversário... e ou não percebeu, ou a sua teimosia é tal, que tal como em alguns jogos da época passada não trocou jogadores visivelmente desgastados fisicamente sem sequer fazer as 5 substituições por ser um cisma.

Quanto à continuidade de Freire, todos sabem que no início desta e da época anterior pedi que fosse substituído, contudo, hoje, à sexta jornada, apesar de ter melhores jogadores e de ter reforços e eventualmente se poder exigir mais, Freire tem a seu favor que já tendo jogado tal como na época passada com Sporting e Porto no mesmo número de jornadas, tem 7 pontos ao invés de 5 e o seu jogador fetiche é estatisticamente o melhor do Rio Ave FC neste início de época.

Portanto, se houve muitos momentos em que Freire devia ter saído, ao dia de hoje, considero que não é um deles.