O descontentamento dos adeptos do Rio Ave com o treinador Luís Freire atingiu um ponto crítico. No final do jogo frente ao Benfica, no Estádio da Luz, os adeptos presentes nas bancadas não se contiveram e, pela segunda vez esta época, exibiram lenços brancos em sinal de protesto. Este gesto, que já tinha sido visível no jogo frente ao Braga, simboliza o crescente desgaste e a falta de confiança dos sócios e adeptos na continuidade de Freire no comando da equipa.
A sequência de maus resultados, aliada ao nível exibicional que tem sido muito, muito, mas muito abaixo do esperado, fez com que os créditos de Luís Freire junto da massa adepta se esgotassem por completo. É um cenário que, há algum tempo, era impensável. Mas o tempo e as oportunidades de redimir as exibições pálidas foram passando, e a paciência dos adeptos esgotou-se.
Agora, tudo parece resumir-se aos próximos dois jogos. Com duas equipas (Casa Pia e Boavista) consideradas mais acessíveis a surgirem no horizonte antes da pausa para os compromissos internacionais da seleção, Luís Freire encontra-se numa situação delicada. Estes jogos não só serão decisivos em termos de resultados, mas, sobretudo, no que toca ao desempenho em campo. Os adeptos exigem uma resposta à altura das ambições do clube, pedindo uma equipa que jogue com intensidade, ambição e qualidade – elementos que, até agora, têm estado ausentes.
Freire enfrenta, assim, um duplo desafio: vencer e convencer. Não basta apenas ganhar, é crucial que a equipa mostre uma mudança clara na forma de jogar, que seja capaz de criar oportunidades e dominar o jogo. Até ao momento, o Rio Ave tem sido uma sombra do que os seus adeptos esperavam, com um estilo de jogo previsível, sem rasgo ofensivo e sem uma identidade clara em campo. A equipa parece, demasiadas vezes, resignada e sem soluções.
Se nos primeiros tempos foi possível justificar as dificuldades com fatores como as limitações no plantel ou o facto de estar a adaptar-se à Primeira Liga, hoje essas desculpas já não colam. O Rio Ave já não é uma equipa que acabou de subir, está bem enraizado na Primeira Liga e conta com jogadores de qualidade, tendo até recebido alguns reforços de peso nesta temporada.
O crédito de Freire esgotou-se, e os adeptos já não aceitam exibições cinzentas e falta de ambição. A bola está, agora, do lado do treinador. Resta saber se, nas próximas duas jornadas, Luís Freire conseguirá colocar a equipa a jogar ao nível que todos esperam e a merecer novamente o apoio dos adeptos.