10.4.21

Boavista, 3-3: icebergue.

O gesto do nosso treinador após o 3-3 é incontornável. Num jogo que não vi nem consegui ouvir relato, esperaria ao consultar a imprensa online encontrar um pouco mais de informação sobre o jogo. Afinal foi recheado de emoções, teve 6 golos, uma expulsão, um penalty falhado. Mas não, é o gesto do treinador que prevalece, que vai ficar na memória de toda a gente. Tenho de concordar que é normal que assim seja de tão anormal, nada usual e completamente inusitado. Um gesto assim nunca fica bem. Eu sinto-me incomodado que tenha sido feito por um dos nossos. Olhá-lo como algo espontâneo e saído do nada, algo de pura rudeza, parece-me minimalista. Acredito, quero acreditar, que o gesto foi só a ponta do icebergue. A parte invisível do icebergue não sei o que foi. Terá sido por provocações, terá sido por descarga de adrenalina depois de alguma frustração pelo jogo de hoje e os resultados mais recentes? Não sei. Faço votos que Miguel Cardoso consiga ser mais contido neste tipo de manifestações, mas não consigo apontar-lhe o dedo e julgá-lo somariamente mesmo sentindo incómodo pelo que aconteceu.

Como referi, não vi nem ouvi nada do jogo. Tinha uma secreta esperança de chegar ao Bessa e vencer com uma exibição boa. Acho-nos globalmente bem mais fortes que o Boavista. Foi pena desperdiçar um penalty e dar vantagem ao adversário com um autogolo. Terá sido mais uma tarde de astros virados contra nós ou nós virados contra eles. Vou esperar pelos jornais de amanhã para perceber.