26.4.21

A expulsão do Presidente

O Presidente do Rio Ave deve ser o de mais low profile de toda a Liga Nos.
 Goste-se ou não, ache-se adequado ou não, a postura do Rio Ave tem sido de grande respeito e aceitação de decisões, mesmo quando em determinados momentos é sentimento geral que as decisões das arbitragens nos têm prejudicado. Não é hábito haver manifestação enérgica de posições institucionais ou explosivas opiniões a quente. A sua expulsão do Presidente é por isso um acontecimento em si. O projecto ambicioso para este ano ruiu como um frágil castelo de cartas e nem o mais alto dirigente do clube consegue ser imune à pressão dos resultados. 

ASC tem estado é muito na mira de uma franja de adeptos. Seguramente impulsionados pela desilusão dos resultados, quem contesta o presidente não se tem poupado nas críticas, seja pelas escolhas para treinador, contratações de jogadores, falta de informação sobre a construção da nova bancada, cores das camisolas, obras nos balneários e tudo que for assunto do clube. Entre o que considero justo nalguns aspectos e exagerado noutros, não esqueço de onde vimos, o que somos e o que está projectado. Não posso deixar de estar solidário com o presidente neste momento menos bom. 

No que toca à disciplina da Liga, o comportamento exemplar de ASC não o deve livrar de um castigo e multa. Vamos ver se não vem por aí mais um daqueles disparates em que somos pródigos em Portugal. 

25.4.21

1-1 com o Paços: podíamos e devíamos ter ganho.

Se o Paços vinha de 4 derrotas consecutivas tinha ainda assim a seu favor o desafogo de um lugar na tabela tão tranquilo que se calhar nunca o teria sonhado ao iniciar o campeonato. Mesmo que as coisas não estejam a correr bem ultimamente aos pacenses, poder jogar sem pressão é sempre uma vantagem. Já nós é o que sabemos: grandes ambições este ano, tudo a bater errado e o fundo da tabela muito perto. Miguel Cardoso não teve Mané nem Ronan de início e também abdicou de Geraldes e Pelé. Coentrão foi extremo direito, Gabrielzinho ficou com a esquerda e Pedro Amaral foi titular na defesa. Começámos de forma razoável, até fizemos um golo que foi anulado por fora de jogo e depois parecíamos ter o Paços mais ou menos controlado. O nosso estilo era o de sempre com Miguel Cardoso, muita posse, muito passe, mas a falhar o ataque à baliza adversária. O Paços foi despertando e chegou ao golo, não pelo seu jogo exuberante e perigoso, mas pela sua objectividade e tranquilidade, quando nós até já tínhamos falhado uma excelente oportunidade uns minutos antes. Parecia que ia ser a repetição de outros jogos com a bola a passar de pé pra pé, da esquerda para a direita num passo mastigado e fastidioso, mas sem criar perigo. E se até ao intervalo não fizemos nada de muito calor, as entradas de Geraldes e Brandão mexeram muito com o jogo. O ponta de lança pressionou muito a até ali sossegada defesa amarelo e o médio deu mais e melhores ideias e movimentos ao nosso jogo. Empatámos cedo por Coentrão e sempre deu a ideia de que íamos chegar à vitória mais minuto menos minuto. 

Dala acertou num poste e a bola ficou caprichosamente enrolada sobre a linha de golo; o Paços já não se esticava porque Tanque e Uilton já tinham saído sem forças e parecia contente em tentar segurar o empate. O jogo era nosso e preparavamo-nos para o ataque à vitória não fosse a expulsão de Ivo Pinto. Sobre isso já falei num outro texto. O que me fica é a ideia de que íamos ganhar. Tivemos a união que o Presidente pediu, falhou maior controlo emocional para não transformar uma falta ofensiva num vermelho directo por palavras. Foi uma desilusão não ganhar um jogo que era muito importante. As contas complicam-se, o nervosismo aumenta. Houve bons sinais no encontro de hoje, agora é preciso ir buscar a vitória no próximo jogo fora. 

Descontrolo emocional

O árbitro de hoje merece-me uma referência: fraco. Toda a gente se queixa que em Portugal há pouco tempo útil de jogo, que os jogadores simulam muito, param muito, perdem demasiado tempo por qualquer motivo. Concordo que digam que é a cultura estabelecida, que é algo que está no ADN do nosso futebol. Mas não tenho de concordar que os árbitros sejam levados pelas artes teatrais dos jogadores e validem esses comportamentos. Muito menos aceito que com a tecnologia de VAR apitem a cada 15 segundos, a cada contacto, a cada rajada de vento. Se os árbitros apitarem menos, os jogadores cairão menos. Se alguma falta não sancionada influir num resultado, o VAR que auxilie. 
Isto leva-nos a Ivo Pinto. Amarelo chegava para a reacção que teve? Sim, aliado a uma multa pesada se o árbitro se achasse muito ofendido na sua honra ou fosse lá o que fosse. Mal o árbitro. Exibir vermelho directo com tanta facilidade é uma patetice. Há pelo menos uma reacção de um jogador do Paços junto do quarto árbitro com imenso fervor que nem amarelo mereceu. Tenho, no entanto, de concordar que Ivo se coloca a jeito com demasiada facilidade. Gosto muito da raça do Ivo, mas alguma contenção a forma como se manifesta verbalmente só o beneficiava. No turbilhão de emoções que a sua expulsão gerou também o presidente acabou expulso.
Olhando para os nossos últimos 5 jogos são 4 expulsões. A de hoje e a de Filipe Augusto contra o Gil Vicente são de descontrolo emocional. Também a de Léo Vieira no Bessa, mas nesse caso o jogador estava no banco.

A estabilidade emocional faz muita diferença  e nota-se mais quando tudo nos corre mal. Esta temporada tem falhado muitas vezes e não se tem encontrado solução. Ainda há tempo, mas não convém ficar parados na revolta do que se considera  ter sido injusto. 

23.4.21

As palavras de ASC ao Record

As palavras do presidente ao Record com reprodução no site e redes sociais do clube tiveram repercussão negativa junto de um número considerável de adeptos, a julgar pelas reacções sobretudo no Facebook.
Reclamava-se (reclamavam alguns) do Presidente mais visibilidade neste momento mais delicado e ele apareceu. Não sei dizer se foi na hora certa, mas o Presidente apareceu. A mensagem não é muito diferente da que eu passaria se estivesse no leme do clube: união. Haverá certamente conclusões já tiradas sobre os motivos de termos uma prestação tão abaixo do esperado, mas não me parece que seja já, agora, o momento de fazer o julgamento e condenação. Que poderia dizer mais ASC do que aquilo que disse? Assumir que é culpado de tudo, que só fez más escolhas e que no Rio Ave é tudo mau? Ou sacudir responsabilidades e  começar a apontar dedos e nomear culpados? Acusar os atletas de mau profissionalismo, os treinadores de incapazes ou outros elementos da estrutura como incompetentes? É isso que vai de um momento para o outro por a equipa a jogar melhor, que vai fazer os golos aparecerem do nada? Eu acho que não. Se a panela já ferve, não interessa aumentar o lume. 
É evidente que houve erros no planeamento da temporada e erros ao procurar emenda-los. Terminada a temporada faça-se a apreciação, dispense-se quem tiver que se dispensar se o seu trabalho é fraco, se o comportamento é errado e prejudicial ao clube, se houver quem não tenha sabido ou querido honrar as nossas cores.
Se vamos andar a pedir cabeças na guilhotina e sangue na calçada todos os dias estamos a contribuir para o desacerto. Eu não estou para aí virado agora. Tenho um desencanto do tamanho do mundo, mas ainda há uma época pra salvar. 

21.4.21

Maritimo: precisa-se de comprimidos para a confiança

Acho que hoje dissemos definitivamente adeus à Europa. Já só nos faltam 6 jogos e o Paços que também perdeu esta jornada apesar de tudo já está um bocado longe demais. A ansiedade que se vivia pela esperança de chegar de novo a um lugar europeu deve desaparecer definitivamente. Agora vamos poder jogar descontraídos, praticar bom futebol, valorizar o espectáculo e vamos conseguir bons resultados. No final vamos poder dizer que podemos ter falhado, mas que  saímos de cabeça erguida.

Hoje faltou confiança. Já tem faltado noutros jogos, mas hoje foi mais evidente. Esmagamos o Marítimo contra a parede, mas o moral falhou para termos a dianteira nas situações de um para um, naqueles desequilíbrios que vergam as defesas adversárias. Quando a confiança está em níveis de depósito na reserva, qualquer pequeno erro transforma-se em desastre, qualquer ataque dos opositores torna-se em situações de golo eminente. Hoje foi de novo assim. Hoje vi de novo os penalties contra o Milan, essa assombrada memória que nos minou toda a temporada, essa semente depressiva de tristeza persistente que germinou dentro de nós, essa outra pandemia que vivemos acorrentados sem força pra quebrar um elo e escapar velozes como a nortada. 

Até já Europa. Para o ano não vamos aí, mas não deixaremos sonhar e lutar pelo regresso. 

12.4.21

Ainda sobre os dedos em riste do treinador.

foto: site oficial do Rio Ave

Não devemos reclamar para nós em cada momento, em cada situação, um regime de excepção para o que, em circunstâncias normais, consideramos ser a atitude, o comportamento, o padrão exigíveis a outros. Encontrar sempre um escape para justificar estarmos nós, grupo ou individuo, dispensados de cumprir com o que exigimos e apontamos a outros é desonesto. Pode ser confortável para o nosso ego, mas no fundo só nos retira credibilidade. 

Não é, pelo histórico do nosso actual treinador, de todo o caso. O treinador justificou-se na conferência de imprensa, o clube e muito bem, publicou um comunicado. Concedo e condescendo ao treinador a humanidade do acto. Gostava, porém, que Miguel Cardoso para além de tudo o que disse na conferência de imprensa, não pedisse apenas desculpas ao Boavista. O treinador afirmou estar bem consciente da sua responsabilidade social e no seguimento desse contexto apresentasse desculpas pelo acto em si. Não o fez, admito que não tenha sido propositado, nem sempre a presença de espírito num momento assim nos ajuda e não ajudou nem na conferência de imprensa, nem antes quando fez o gesto.

Espero que não se repita, espero que não torne o treinador alvo de constantes provocações no futuro à procura de mais reacções semelhantes, espero, ainda que desesperançado, que o futebol seja só bola a rolar e atletas em competição pela vitória. Espero ainda para ver se haverá castigo ao treinador.

Sem perdão!

Achar que podemos justificar no final do jogo, gestos intempestivos, e conseguir passar pelos pingos da chuva sem punição, é "bacoco", ridiculo, e só piora ou aumenta o próprio gesto. Mister, eu não quero saber se pede ou não desculpa ao Boavista, eu exijo é que me peça desculpa a mim, ao clube, aos adeptos e sócios, e a todos os jogadores incluindo camadas jovens! 
MC eu não me revejo em nada do que aconteceu e culpo-o exclusimente por tudo o que de mal ainda se vai dizer sobre o Rio Ave! Saber estar, tem de ser tão ou mais importante, que a propria capacidade desportiva para fazer bons resultados! O nosso presidente não merecia tamanha falta de respeito! Nós TODOS não o merecíamos, e não apenas os do Boavista! 
Quanto  ao jogo, voltarei a falar mais tarde! 
passo palavra! Repito, https://drive.google.com/uc?export=view&id=1ueFTCMB3K7-pQlc7fk1vsn1s2lp-exht
Passo palavra!

10.4.21

Boavista, 3-3: icebergue.

O gesto do nosso treinador após o 3-3 é incontornável. Num jogo que não vi nem consegui ouvir relato, esperaria ao consultar a imprensa online encontrar um pouco mais de informação sobre o jogo. Afinal foi recheado de emoções, teve 6 golos, uma expulsão, um penalty falhado. Mas não, é o gesto do treinador que prevalece, que vai ficar na memória de toda a gente. Tenho de concordar que é normal que assim seja de tão anormal, nada usual e completamente inusitado. Um gesto assim nunca fica bem. Eu sinto-me incomodado que tenha sido feito por um dos nossos. Olhá-lo como algo espontâneo e saído do nada, algo de pura rudeza, parece-me minimalista. Acredito, quero acreditar, que o gesto foi só a ponta do icebergue. A parte invisível do icebergue não sei o que foi. Terá sido por provocações, terá sido por descarga de adrenalina depois de alguma frustração pelo jogo de hoje e os resultados mais recentes? Não sei. Faço votos que Miguel Cardoso consiga ser mais contido neste tipo de manifestações, mas não consigo apontar-lhe o dedo e julgá-lo somariamente mesmo sentindo incómodo pelo que aconteceu.

Como referi, não vi nem ouvi nada do jogo. Tinha uma secreta esperança de chegar ao Bessa e vencer com uma exibição boa. Acho-nos globalmente bem mais fortes que o Boavista. Foi pena desperdiçar um penalty e dar vantagem ao adversário com um autogolo. Terá sido mais uma tarde de astros virados contra nós ou nós virados contra eles. Vou esperar pelos jornais de amanhã para perceber. 

7.4.21

A relação do Rio Ave com os adeptos


Com a derrota caseira do último fim de semana agudizou-se um mal-estar entre os adeptos rioavistas. Ninguém gosta de ver o seu clube perder. A época tem registado resultados muito aquém das expectativas e com facilidade têm surgido dedos em riste apontados a diversos alvos, mas com preferência a jogadores e à Direcção. O Rio Ave tem uma forte presença nas redes sociais e sendo isso muito positivo, acaba por facilitar também a exposição a manifestações de desagrado de quem segue o clube. Cada moeda tem o seu reverso e é preciso saber viver com isso. Já anteriormente tinham surgido notas sobre censura nos comentários sobretudo no Facebook, situação que após a derrota com o Gil Vicente terá voltado a repetir-se.

A situação justificou inclusive uma tomada de posição do Provedor dos adeptos no site do clube no dia dia de ontem.

A forma como cada um se manifesta nas redes sociais é apenas sua responsabilidade. Acho que o clube faz muito bem em apagar um comentário quando acha que o limite da decência ou do bom-senso tenha sido ultrapassado. Já não entendo que apague um comentário quando o teor do mesmo não lhe agrade e, pelo que percebi, é disto que se trata. Como disse, há muitos proveitos a tirar da presença nas redes sociais, mas também há custos e um deles serão as manifestações de desagrado dos adeptos. Há que saber conviver com isso, por muito que nos custe ler coisas que não nos agradam. Não concordo com muita coisa que vejo nos comentários no Facebook do clube. mas tenho que perceber que há muitas sensibilidades distintas da minha e, regra geral, não as acho ofensivas da dignidade de ninguém.

Ter um clube onde só se espera que os adeptos batam palmas e aceitem sem crítica ou sem pensamento divergente tudo o que aconteça, é irreal. Estar num clube e desvalorizar quem o segue, quem o vive intensamente não faz sentido. Se o clube fosse uma SAD detida a 100% por uma pessoa que pagasse todas as contas e a quem fosse indiferente ter ou não adeptos, eu aceitaria. Não é o nosso caso. 

Na minha opinião, o clube comunica bem, tem um departamento que faz um trabalho digno, mas tem de aprender a viver com a diferença de opiniões. 

5.4.21

Detalhes de uma época sofrível

 O site da Liga fornece-nos dados estatísticos que nos permitem ter uma ideia mais detalhada do nosso desempenho jornada após jornada. A estatística nunca explica tudo, mas ajuda a entender muita coisa que por norma encontra reflexo na tabela classificativa. A tabela diz-nos que estamos na sua metade inferior. E as estatísticas?


Hoje por hoje, o que as estatísticas nos mostram é que somos um clube abaixo da média, sobretudo no que toca ao ataque, um dos 4 grandes grupos em que se divide a análise feita pela Liga. Estamos abaixo da média em todos os pontos de análise. Onde mais nos aproximamos da média é nos "remates na direcção do guarda-redes" onde o desvio é de apenas 1.61%, sendo que em valores absolutos temos 61 contra 62 de média. Os dois seguintes que mais se aproximam da média da liga são "golos de pé direito de fora da grande área" com média 2, contra 2.17 de média da liga, desvio de 7.83% e "penalties" com média de 4 contra os 4.39 de média da liga, um desvio de 8.88%. Estar abaixo da média não é mau em todos os pontos, temos por exemplo menos remates para fora do que a média da liga. 

No que toca ao desempenho defensivo as coisas não são tão más e estar abaixo da média é positivo em certos casos. Nos 5 pontos de análise à "Defesa", o nosso desempenho é melhor que a média da liga nos golos sofridos, nas bolas perdidas e nos remates interceptados. 

No grupo designado "Jogo de equipa" em 6 pontos só somos melhores que a média em um, nos cruzamentos com sucesso pela esquerda. Aqui era importante estar acima da média em todos. 

Já na "Disciplina" temos menos amarelos e vermelhos que a média, mas mais foras de jogo.

Toda a informação pode ser conferida a partir desta ligação.

3.4.21

Gil Vicente: que meninos.

Só me ocorre falar em tiros nos pés. Tenho muita dificuldade em falar depois de um jogo tão mal conseguido. Em falar, em jantar, em manter os olhos abertos. O Rio Ave joga o pior futebol da primeira liga.
Quando tudo corre mal, corre mesmo mal. Camacho lesiona-se, Aderllan se calhar também (ainda não fui à procura de saber o que lhe aconteceu, estou sem vontade...) ACTUALIZAÇÃO: falta de memória, mea culpa: Aderllan estava castigado!
e Pelé também não regressou bem da selecção da Guiné. As ausências são importantes, mas o plantel tem mais soluções. Não são jogadores iguais, nunca são, mas são alternativas, são escolhas válidas para formar sempre um 11 que seja capaz de vencer. Hoje não foram. Hoje só conseguimos ter ascendência por um período curto quando o treinador tirou Brandão e meteu Guga. Sobre Brandão não há muito a dizer. Lutou, correu, foi atrás da bola. O futebol do Rio Ave não parece gostar de um ponta de lança, Brandão ou outro. O treinador gosta de ter bola, gosta de tecer teias, de ter bola no pé, de ter controlo, de centralizar o jogo, de partir em posse de uma baliza à outra. Não parece haver alternativa a este modelo. Miguel Cardoso gosta do futebol assim, mas não terá no plantel jogadores que o satisfaçam totalmente para lhe permitir jogar como gosta. Talvez deva procurar adaptar-se ao que tem, procurar com estes atletas criar uma forma de jogar que dê mais frutos. Mas não sei se tem flexibilidade para tal. Para quem gosta tanto de ter sempre o controlo das operações e de ter um plano bem mecanizado, foi curioso ver a mudança de ideias em cima de uma substituição e não usar nem Pelé nem Anderson e que estavam prontos pra entrar e optar por Ronan. Pelé chegou a estar junto da linha com o quarto árbitro à espera de uma paragem para entrar. Pareceu desnorte. E desnorte parece toda a temporada. É natural que nestes momentos tudo se questione. Quando se tem o sal a ser esfregado numa ferida aberta é mais difícil de conter as críticas. A época é atípica, prometia imenso, mas está a servir-nos do pior que já provámos em muito tempo. Que se faça uma reflexão e que se aprenda. Não é tudo mau, mas encontramos mais feijão com bicho do que aquele que vamos poder cozinhar. A equipa partiu-se e a cola que se usou pra se consertar não está a ser muito eficaz.

Tudo espremido, perdemos porque o Gil Vicente foi melhor que nós. Não tinha tido até marcar melhores oportunidades que nós, mas jogava melhor, mais objectiva, mais solidária, mais decidida. Nós não fomos os homens que o treinador falava há umas semanas atrás.