Mário Almeida lembra o período em que não esteve no Rio Ave



1. «Claro que sim. Em 1984 abri o processo eleitoral e não surgiu candidatura alguma. Nos termos estatutários dessa altura competia ao Presidente da Assembleia-Geral procurar uma solução que “viabilizasse” o futuro do Clube (posteriormente decidimos que esta responsabilidade deixasse de ser individual e passasse a ser do coletivo do Conselho Geral), pelo que me preocupei em convidar pessoas que constituíssem uma capaz Comissão Administrativa que gerisse o Clube e rapidamente formasse um elenco diretivo responsável. Recordo-me que aí consegui integrar anteriores dirigentes e outros que o foram pela primeira vez, como o Dr. Pacheco Ferreira, o saudoso Comandante Morais de Almeida, o eng. Fernando Ramos e o Dr. Lúcio Ferreira, sob a presidência de José Maria Pinho. Menos de um mês depois, já a normalidade estava reposta com a eleição de Corpos Diretivos para novo mandato.

Após o mandato de 1986/88, o José Maria Pinho disse-se impossibilitado de continuar. Responsavelmente, tivemos várias reuniões os dois, em que participou também o Sr. Manuel Moreira Barroso, que tinha sido anterior presidente quando o Rio Ave ascendeu da 3ª Divisão à 1ª Divisão Nacional e era o principal patrocinador. A hipótese a que se chegou foi a de que deveria ser dada continuidade ao elenco diretivo anterior, subindo a Presidente o eng. Santos Ferreira que era Presidente – Adjunto e este lugar seria ocupado pelo eng. Carlos Filipe Dias que vinha sendo o Vice-Presidente para o Futebol . Embora os dois manifestassem total recetividade para continuarem, ambos recusaram assumir a presidência. No dia seguinte viajei para o Brasil no âmbito da geminação Vila do Conde/Olinda, deixando dito que após o regresso continuaria as diligências. Entretanto, soube lá que tinha sido anunciada uma lista candidata e liderada pelos eng. Pina Ferreira (Direção), Dr. Artur Brás Marques(Assembleia Geral) e Manuel Moreira Barroso (Conselho Fiscal) com um projeto ambicioso que prometia iluminar o estádio, ter uma equipa para atingir o 5º lugar no Campeonato e uma equipa de ciclismo para disputar a Volta a Portugal, etc. Chegado a Vila do Conde, quando havia gente a admitir que eu iria constituir outra lista, não o fiz e disse-o inequivocamente porquê: conhecia os candidatos, acreditava nas suas capacidades e já haviam prometido concretizar projetos ambiciosos e fundamentais para o nosso Rio Ave FC. Recordo que, nessa altura, convidaram-me para um jantar da lista candidata e propuseram-se ser eu a integrá-la como Presidente da Assembleia –Geral, o que obviamente recusei por não ser correto deixar “cair” o Dr. Artur Brás Marques quando o seu nome já havia sido referido publicamente na então Rádio Caxinas. Infelizmente enganei-me. E, por razões diversas, houve dirigentes que pouco tempo depois deixaram a Direção, o que se concluiu com a demissão coletiva, o que exigiu a rápida constituição de uma Comissão Administrativa e a seguir novos Corpos Dirigentes que eu integrei, tendo nessa altura convidado para Presidente da Direção António da Silva Ramos, que desenvolveu um trabalho muito positivo»