Há cerca de um ano, um dos vice-presidentes do Rio Ave FC apresentou a sua demissão. Na altura, o clube optou por não comunicar oficialmente essa saída aos sócios. Apenas durante a assembleia geral de junho — e na sequência de uma questão colocada por um associado — é que a presidente Alexandrina Cruz confirmou o sucedido. Caso contrário, essa saída teria passado despercebida e sem qualquer registo nos canais oficiais do clube.
Mais recentemente, no passado domingo, Henrique Maia — presidente adjunto do clube e único representante dos sócios na administração da SAD — apresentou a sua demissão por carta entregue ao presidente da Mesa da Assembleia Geral. No entanto, apesar da importância institucional do cargo em causa, nem o presidente da Mesa, Amândio Couteiro, nem a presidente do clube, Alexandrina Cruz, se pronunciaram até agora sobre o assunto. Mais grave ainda: durante a última assembleia, que decorreu já após essa demissão, não foi prestada qualquer informação aos sócios, mesmo sabendo-se que a carta já havia sido recebida.
A atitude da presidente do clube é, no mínimo, lamentável. Mas a omissão de Amândio Couteiro é ainda mais grave. Sendo o presidente da Mesa da Assembleia Geral, o cargo mais representativo dos sócios, tinha a obrigação ética e estatutária de informar imediatamente os associados de um acontecimento com este peso institucional. Não o fazer é desrespeitar os sócios e a função que ocupa.
Infelizmente, esta postura não é nova. Amândio Couteiro tem demonstrado ao longo dos anos, desde os mandatos de António Silva Campos, que não possui o distanciamento, a imparcialidade nem o rigor necessários para o cargo. A presidência da Mesa da Assembleia não pode ser um lugar de apoio cego à direção, mas sim um espaço de equilíbrio, fiscalização e representação dos sócios.
Não se compreende como é que, passados quatro dias úteis, ainda não foi emitida qualquer nota oficial sobre esta demissão. E muito menos se compreende como é que esta omissão deliberada não tem merecido qualquer reparo dentro da própria estrutura do clube.
Se a competência, o rigor e a independência fossem critérios fundamentais para ocupar a presidência da Mesa da Assembleia do Rio Ave FC, dificilmente Amândio Couteiro continuaria no cargo.
Aos sócios exige-se respeito.