Como é do conhecimento público, estão em curso profundas reestruturações no Estádio do Rio Ave FC. Estas intervenções, levadas a cabo pela SAD, avançaram sem que tenham sido previamente apresentadas e discutidas com os sócios. É verdade que, mesmo que a presidente do clube, Alexandrina Cruz, tivesse promovido sessões de esclarecimento, dificilmente essas reuniões passariam disso mesmo — uma vez que, como já se percebeu, as decisões cabem à SAD e a margem de influência do clube nesse processo é bastante reduzida.
Hoje realizou-se uma assembleia e foi apresentado o plano de investimentos tanto para o estádio como para a academia. Optaram por não projetar nada durante a apresentação (para mim, para que nada seja fotografado e mais tarde cobrado). Pela primeira vez ao final de muitos anos, por motivos de força maior, não pude comparecer.
Mas há um ponto que garantem-me que não foi abordado: as melhorias das condições de higiene dos WC's destinados aos sócios e adeptos. E, convenhamos, este é um tema que não pode continuar a ser ignorado.
Os WC’s do estádio apresentam há largos anos condições muito aquém do aceitável. É incompreensível que, num plano de requalificação que abrange bancadas, relvado e instalações de apoio, não se reserve uma verba — pequena que fosse — para garantir condições mínimas de higiene e conforto a quem acompanha o clube de forma fiel, jornada após jornada.
Esperemos, sinceramente, que esta omissão tenha sido apenas um esquecimento no momento da apresentação pública do plano. Porque se não for, será mais um sinal de que as prioridades continuam trocadas.
Um clube que se quer moderno, competitivo e ligado à sua comunidade tem de começar por respeitar quem está nas bancadas — e isso passa também por garantir instalações dignas a quem lá vai.
Melhorar o relvado, reforçar a estrutura da bancada ou criar novos espaços de treino são investimentos importantes. Mas não nos esqueçamos do essencial: o conforto de quem vive o clube no dia a dia.