Ao fim de quatro temporadas, o Rio Ave irá deixar de vestir Puma, iniciando um novo ciclo com a Adidas como fornecedor oficial de equipamentos (já tínhamos vestido em durante duas temporadas 2016/2017 e 2017/2018). A mudança é natural visto que outros emblemas do grupo Marinakis, como o Olympiakos e o Nottingham Forest, que também vestem a marca Adidas.
Apesar de não ser uma surpresa para quem acompanha os bastidores do clube, a verdade é que esta decisão está tomada desde o final de 2024, sendo que a transição para a Adidas representa não só uma mudança de imagem, mas também o culminar de um processo mais conturbado do que seria desejável.
A decisão unilateral da SAD do Rio Ave de não continuar com a Puma terá levado a marca a avançar com processos judiciais contra a SAD e a SDUQ por incumprimentos contratuais e falha na liquidação de valores em dívida. Ou seja, não estamos apenas perante uma troca de marca, mas sim perante mais um episódio que reforça a reputação da SAD enquanto entidade com práticas financeiras questionáveis — fama essa que, infelizmente, tem ganho força nos últimos tempos. (Caso queiram ler mais sobre este caso, podem-no fazer clicando neste link - divida reclamada ascende os 440 mil euros.)
A decisão de terminar o vínculo com a Puma terá também sido o motivo principal para a longa liquidação na loja oficial do clube, que durou cerca de três meses. O objetivo foi claro: escoar o máximo possível do inventário existente para maximizar a rentabilidade antes da chegada dos novos equipamentos.
Este tipo de mudança, quando bem gerido, pode representar uma evolução positiva em termos de imagem e projeção. A Adidas é uma marca global, com forte presença no futebol mundial e um portefólio reconhecido de clubes. Contudo, o modo como o processo foi conduzido — e os problemas legais que dele derivaram — merecem reflexão da nossa SAD e clube.
(foto dos irmãos Dassler, fundadores cada um de uma das marcas. Recomendo leitura da história e rivalidade das duas marcas e dos irmãos clicando neste link)