É com alguma surpresa, que tomo conhecimento da demissão de Henrique Maia, que apresentou o seu pedido por escrito ao presidente da Assembleia Geral do clube no Domingo, na Assembleia do Rio Ave. (De presidente adjunto)
Henrique Maia ocupava o cargo de Presidente-Adjunto do Rio Ave Futebol Clube e é um dos administradores não executivos da SAD, eleito diretamente pelos sócios — sendo, aliás, o único representante da vontade dos associados na estrutura acionista da nova realidade societária do futebol profissional.(não se demitiu de executivo da SAD mas deixou a consideração do presidente da MAG caso o mesmo ache indicado consultar os sócios)
A sua saída representa, por isso, uma perda significativa. Não apenas pela função que exercia, mas sobretudo pelo percurso que construiu no seio do Rio Ave, alicerçado numa ligação profunda ao clube, à sua história e aos seus valores. Importa recordar que o nome Maia é sinónimo de dedicação e serviço ao Rio Ave, legado esse iniciado pelo seu pai e que Henrique deu continuidade, competente e com espírito de missão.
Num momento em que o clube atravessa uma fase de grandes mudanças, ver sair alguém com conhecimento institucional, experiência, ligação à massa associativa e sentido crítico é sempre um sinal preocupante. Porque a pluralidade de opiniões, o equilíbrio entre poderes e a preservação da identidade do clube só se constroem com a presença de vozes como a de Henrique Maia.
A sua saída levanta naturalmente questões sobre o funcionamento atual dos órgãos diretivos e sobre o papel (ou ausência dele).
Em nome de todos os que acreditam num Rio Ave plural, transparente e com respeito pela sua história, deve-se reconhecer publicamente o contributo de Henrique Maia. A sua saída deve servir também de alerta: quando um clube começa a perder os seus melhores quadros sem explicações, o futuro torna-se mais incerto.
Desejo as maiores felicidades pessoais e profissionais ao Henrique Maia. E, acima de tudo, agradecemos o que deu ao clube ao longo destes anos esperando que um dia volte.