Percorre-se as redes sociais rioavistas e é só sangue por todo lado. A guilhotina virtual já cortou a cabeça do treinador, de meia equipa, do director desportivo, da Direcção. É assim que nós somos, tão frustrados estamos com o desmoronar de uma ilusão, de um sonho.
Mas no meio de tanto pessimismo, há que ter alguma razoabilidade e perceber que nem tudo é mau. É certo que Mário Silva continua (pelo menos à hora em que escrevo este texto) a ser o nosso treinador, mas vejamos: este ano já não voltamos a ver este Rio Ave jogar. Isso é bom. Também percebemos que André Pereira deve ser uma excelente pessoa e por isso é que foi titular no Rio Ave, porque para futebolista não parece ter muito jeito e isso é bom porque o mundo precisa de boas pessoas. Também é bom perceber que Pedro Amaral só pode melhorar no futuro, porque não é possível fazer pior do que tem vindo a fazer. Também é bom terem-nos poupado a ver este jogo ao vivo, tão mau estava o tempo.
O problema é termos expectativas, se não as tivéssemos, a derrota não doía tanto. De quem é a responsabilidade? Da Direcção porque tem trabalhado muito bem. E da má época? Aí se calhar de toda a estrutura do futebol profissional, da Direcção, à equipa técnica, aos jogadores. De uns por abordarem tarde o mercado ou não terem trazido mais-valias a sectores que ficaram mais débeis pelas saídas, de outros por não estarem a saber conduzir e motivar um grupo, dos demais por não estarem a corresponder.
O mais natural é pedir-se sempre a cabeça do treinador, porque entre despedir uma pessoa e despedir um grupo delas é sempre mais fácil despedir só uma. É solução? Depende de quem venha. Luis Castro revolucionou o Rio Ave quando veio substituir Capucho.
foto: A Bola |
Eu não desejo o mal a Mário Silva. O meu desejo é que se revelasse como uma excelente aposta e continuasse na senda dos bons resultados de outros técnicos. Neste momento, porém, não parece que esteja preparado para o conseguir. Quem será o senhor que se segue?