A notícia é de ontem: a Liga quer que os clubes de futebol tenham acesso ao Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência da União Europeia, a tal "bazuca" de 15.3 mil milhões de euros que será injectada na economia portuguesa nos próximos 6 anos.
A notícia contém uma imprecisão quando afirma que os clubes ficaram fora das linhas de apoio à economia. Os clubes de futebol puderam recorrer à Linha de Apoio à Economia – COVID 19, nomeadamente à Linha Específica “Covid 19 – Apoio a Agências de Viagem, Animação Turística, Organizadores de eventos e similares”. O valor desta sublinha era de € 200 milhões.
Não sei se o nosso Rio Ave terá recorrido a esta ferramenta, mas em termos de CAE podia tê-lo feito, cumprindo com os restantes requisitos que estas linhas sempre obrigam.
Não é um tema pacifico se o futebol deva ser um sector a ser ou não apoiado. As práticas de gestão, a criação de efectivas mais-valias para a economia do país e a distribuição das mesmas, por exemplo, entre outros temas nunca serão consensuais.
Mas se o futebol puder recorrer a estes apoios e de novo com garantia do Estado de 90% do capital em dívida a cada momento, não deve deixar de o fazer.