31.12.20

Tempo de Pedro Cunha

foto: Rio Ave FC

Não é propriamente claro o tempo que Pedro Cunha será o treinador principal do Rio Ave. Para já é interino, o que costuma significar que é um posto a prazo, de transição até se encontrar uma solução "definitiva".

Pedro Cunha tem quase uma década de ligação ao Rio Ave sempre ligado às camadas de formação, tendo esta época assumido a equipa B. Tem 54 anos e frequenta o curso de nível IV da UEFA que começou este mês, curiosamente o mesmo curso que o treinador cessante frequenta.

O seu nome foi referido por muitos entre a comunidade rioavista nas redes sociais como uma boa solução. Reconheço a Pedro Cunha muitos méritos no excelente trabalho feito nas camadas jovens, ainda que esse trabalho não tenha tido uma expressão muito grande no número de jovens que chegou à equipa principal. Mas essa decisão não passava por PC, como é óbvio. 

Em Maio de 2019 confessava na 10ª tertúlia rioavista a sua ambição de ser profissional de futebol, de chegar a treinador principal de uma equipa profissional, admitindo que já recebera contactos. Na altura,  faltava-lhe ainda o nível mais alto do curso de treinadores, o tal que agora frequenta. O desejo parece agora cumprir-se, pelo menos parcialmente.

Pedro Cunha merece a sua oportunidade. Entre um desconhecido e um homem com conhecimento profundo da casa, prefiro Pedro Cunha mil vezes. Não seria a minha escolha óbvia, porque também eu na vertigem de achar que o Rio Ave já não é clube para experiências, queria um treinador de perfil consolidado e com mais provas dadas a um nível competitivo que Pedro Cunha não tem. Mas enquanto for o treinador principal, tem a minha confiança e apoio até deixar de os merecer. 

30.12.20

É oficial: Mário Silva já não é o treinador do Rio Ave.

Pedro Cunha assume, para já, interinamente o cargo.



Tudo aqui:

Mário Silva de saída

Está na capa d' O Jogo de hoje. 


Como sucessor é apontado o nome de Miguel Cardoso como estando bem colocado.

Versão diferente tem o Record que diz que o treinador mereceu voto de confiança e que terá exame em Paços de Ferreira.

Vamos esperar pela versão oficial do clube.

29.12.20

O que havia ontem de diferente no banco do Rio Ave?

Lembram-se da última vitória em casa? Claro que se lembram, não sejam más línguas. Foi para a Taça e ganhámos 2-1 ao Famalicão e foi a 12 de Dezembro. O que havia de diferente no banco? Certo, Estavam mais jogadores que ontem. Mais? Sim, não eram os mesmos jogadores. Mais? Isso! Estava lá o presidente e ontem não esteve. 

Ou seja, faltou o amuleto

foto: A Bola
Não é fácil avaliar o impacto que a presença do presidente possa ter no banco. Mas resultou da última vez e como se costuma dizer "em banco que ganha não se mexe"!

Rescaldo da derrota contra o Marítimo

Percorre-se as redes sociais rioavistas e é só sangue por todo lado. A guilhotina virtual já cortou a cabeça do treinador, de meia equipa, do director desportivo, da Direcção. É assim que nós somos, tão frustrados estamos com o desmoronar de uma ilusão, de um sonho. 

Mas no meio de tanto pessimismo, há que ter alguma razoabilidade e perceber que nem tudo é mau. É certo que Mário Silva continua (pelo menos à hora em que escrevo este texto) a ser o nosso treinador, mas vejamos: este ano já não voltamos a ver este Rio Ave jogar. Isso é bom. Também percebemos que André Pereira deve ser uma excelente pessoa e por isso é que foi titular no Rio Ave, porque para futebolista não parece ter muito jeito e isso é bom porque o mundo precisa de boas pessoas. Também é bom perceber que Pedro Amaral só pode melhorar no futuro, porque não é possível fazer pior do que tem vindo a fazer. Também é bom terem-nos poupado a ver este jogo ao vivo, tão mau estava o tempo.

O problema é termos expectativas, se não as tivéssemos, a derrota não doía tanto. De quem é a responsabilidade? Da Direcção porque tem trabalhado muito bem. E da má época? Aí se calhar de toda a estrutura do futebol profissional, da Direcção, à equipa técnica, aos jogadores. De uns por abordarem tarde o mercado ou não terem trazido mais-valias a sectores que ficaram mais débeis pelas saídas, de outros por não estarem a saber conduzir e motivar um grupo, dos demais por não estarem a corresponder.

O mais natural é pedir-se sempre a cabeça do treinador, porque entre despedir uma pessoa e despedir um grupo delas é sempre mais fácil despedir só uma. É solução? Depende de quem venha. Luis Castro revolucionou o Rio Ave quando veio substituir Capucho. 

foto: A Bola

Eu não desejo o mal a Mário Silva. O meu desejo é que se revelasse como uma excelente aposta e continuasse na senda dos bons resultados de outros técnicos. Neste momento, porém, não parece que esteja preparado para o conseguir. Quem será o senhor que se segue?

28.12.20

André Pereira e Tarantini titulares

Ou seja, nenhum do jornais adivinhou. 
Filipe Augusto que nem no banco está é substituído por Tarantini. Geraldes perde lugar para André Pereira.

Curioso notar que no banco não há nenhum defesa. 

3 diários, 3 onzes

Há quase para todos os gostos, desde o regresso de Coentrão à extrema ofensiva, passando pela titularidade de Jambor até ao mesmo 11 dos últimos jogos. Os 3 desportivos diários apostam cada um na sua equipa inicial, vamos ver se algum deles está sincronizado com o pensamento de Mário Silva.
A Bola:


O Jogo:

Record:

27.12.20

A falta que um líder faz

 Uma coisa que me parece que tem faltado recentemente ao Rio Ave é liderança em campo. Não há uma figura que consiga exercer o inequívoco papel de líder. Essa figura existe no plantel, essa figura é a do capitão Tarantini. 

foto: record.pt


Tarantini não é um jovem e é, até certo ponto, compreensível que a sua utilização seja mais intermitente que noutros tempos. É também saudável que se possa assistir à afirmação de novas figuras dentro do balneário que possam ser a voz de comando dentro das 4 linhas. No entanto, tal aos olhos de quem está na bancada (leia-se "sofá" por estes tempos) não tem sucedido. Mais: não vi ninguém fazer melhor que o capitão a jogar.

Tarantini tem na Liga 7 presenças esta temporada, 4 como titular. A última vez que foi titular foi na derrota caseira com o Benfica a 18 de Novembro. A última vez que jogou para a Liga foi a 6 de Novembro no jogo fora com a B Sad.

Não sei o que pensa Mário Silva quanto ao onze para o jogo de amanhã; já eu penso que o regresso de Tarantini seria uma boa notícia.


23.12.20

Nem com Rennie

Ponto prévio: tenho por hábito tentar não escrever nada sobre os jogos quando nos correm mal. A emoção comanda os dedos e o fel é o combustível a alimentar o cérebro. Por isso ontem, no final do jogo, fui muito cáustico. 

Hoje, já dormido, fígado lavado em Rennie e mais sossegado queria dizer algo menos negativo. Não consigo.

Admitirei que o resultado foi pesado, como simpaticamente Carvalhal referiu após o jogo. Mas só isso. E por falar do nosso ex-treinador, foi esclarecedor na análise que fez do jogo. Sabe bem ouvir Carvalhal falar e explicar passo a passo os momentos do jogo. Até nisso deixa saudades. Mário Silva: o discurso do nosso actual treinador não é mau. Pelo menos não é negativo, não se escusa nem escuda com argumentos patetas, nota-se que ele tem fé na reviravolta. Qual é então o problema de Mário Silva? Golos. Os que sofremos a mais e os que marcamos a menos. Ter uma equipa com tanta preocupação defensiva não tem sido suficiente. Ok, 6 golos sofridos, mais de metade, foram com Braga e Benfica, duas das melhores equipas da Liga. Mas isso não justifica tudo. Ao Braga e ao Benfica nem chegamos a incomodar. A outras equipas não conseguimos fazer a diferença e vencer. É porque nos respeitam muito e têm mais, cautelas defensivas ou porque deixaram de nos temer? 
Parece que as distâncias para as melhores equipas da Liga aumenta enquanto que diminui para as menos fortes. Não será a hora de repensar as escolhas e mudar a agulha para uma equipa mais ofensiva, menos medrosa e com mais atitude? Um detalhe do jogo de ontem: 12 faltas do Rio Ave, 24 do Braga. Tenrinhos ou não? De que adianta acenar a bandeira que temos um jogador que é recordista dos passes certos se não são em progressão ofensiva, ou é para o lado ou para trás? 

Tudo isto são apenas opiniões irrelevantes de um treinador de bancada, eu sei. Mas não me parecem perguntas ilegítimas. Vale a pena ter Geraldes a jogar numa ala quando ele rende é no meio? Vale a pena desperdiçar o talento de Dala tendo-o entalado entre centrais e à espera que a bola lhe chegue? Vale a pena ter dois médios de contenção sempre? E como estas, outras questões. 

Bom Natal rioavistas. Muita saúde para todos. 

22.12.20

Derrota contundente com o Braga.

Mas que fraquinho. Que fraquinho!
Futebolzinho de trazer por casa, entretidinho para embalar bebés. E que coisinha terna e tenra foi hoje o Rio Ave! 

O Braga andou a brincar connosco, lá está, a adormecer-nos para nos castigar quando lhes apeteceu. O Braga é melhor? É, mas nem precisou de fazer grande exibição porque nós também somos fraquinhos, macios como algodão. Para uma equipa com tanta tracção atrás defendemos muito mal. 

De toda a equipa só Mané se salva.

Que surpresa para Braga?

Tema recorrente destes dias é o conhecimento que o treinador do Braga tem do nosso plantel. Ele mesmo ontem dizia que tem grande empatia com os nossos atletas. Amigos, amigos, negócios à parte: logo é preciso vencer a actual equipa de Carvalhal e dar-lhe razão quando afirma que o Rio Ave deixou de ser uma equipa subserviente.

Que equipa, que modelo táctico, que surpresa podemos armar para vencer? Se tivesse que apostar, diria que surpresas não haverá e que Mário Silva irá escolher a mesma equipa que venceu o Famalicão.

Monte e Coentrão estarão recuperados mas não devem ser opção inicial para defrontar uma equipa de tão alta rotação como o Braga. Depois há Piazon que têm estado fora das opções do treinador. Confesso que o jogador me pareceu "amolecido" nos últimos tempos. O treinador, por isso ou não, tem achado que o médio não tem rendido e deixa-o de fora. Manda quem pode.