6.5.25

Caro José Faria, moral não é um casaco que se tira e põe





O jogo de ontem entre o Rio Ave e o Estrela da Amadora terminou com vitória clara da nossa equipa, mas infelizmente também com confusão no final da partida, envolvendo elementos das duas estruturas técnicas e dirigentes de ambos os clubes. Um triste episódio para um jogo que devia ter ficado apenas marcado pela confirmação da nossa permanência na Primeira Liga.

Também foi interessante assistir depois à conferência de imprensa do treinador do Estrela da Amadora, que decidiu vestir a pele de moralista e vir dar lições de ética, conduta e fair-play aos jogadores e dirigentes do Rio Ave, como se ele próprio não tivesse estado no centro da confusão minutos antes.

É curioso como a memória é curta para alguns. Todos nos lembramos bem do que aconteceu na primeira volta, quando o Estrela da Amadora, orientado por este mesmo senhor, passou grande parte do jogo a tentar cortar o ritmo com sucessivos arremessos de bolas para dentro do campo, numa atitude que em nada honra a verdade desportiva. A ética e o brio profissional pareciam estar de férias nesse dia — e também nas reações que se seguiram.

Reprovo totalmente o comportamento de alguns elementos da nossa estrutura que ontem deram uma imagem lamentável ao envolver-se nas confusões após o apito final. Não há desculpas nem branqueamentos possíveis.

Mas não me venham, por favor, com lições de moral de quem só se lembra da moral quando lhe dá jeito.

Se a coerência fosse um requisito obrigatório para se ser treinador da Primeira Liga, José Faria não treinaria um clube da primeira divisão.