27.5.25

Luís Freire falou e ouvimos pela primeira vez da sua boca o modus operandis da SAD do Rio Ave

(foto retirada do site do Rio Ave aquando a última renovação)


Luís Freire esteve presente na Conferência Bola Branca, da Rádio Renascença e abordou a entrada da SAD no Rio Ave, analisando as diferenças face ao que vivia antes em Vila do Conde. 
Embora o mesmo não coloque um tom claro de desagrado, é fácil entender que não gostou das alterações e, assim, constatar a sua insatisfação.
Afinal quem é que gosta de ser treinador e pouco ou nada ter a dizer sobre a construção do plantel?
 
Freire frisa (de forma clara), que o investidor "está no estrangeiro" (é bem diferente dizer que é um investidor que é estrangeiro). Aliás, antes diz que antes havia uma equipa constituída pelo Presidente, pelo Diretor Geral, Diretor Desportivo e treinador. Depreendo portanto (e o feedback que tenho também é esse), é que não há ninguém da SAD com poder de decisão (Alexandrina e Henrique Maia são elementos da SAD apenas no papel, porque assim tem de ser) próximo da equipa, no dia a dia.
Deixa também claro que o objetivo prioritário da SAD é a valorização de jogadores para transferir em detrimento do objetivo desportivo ("fazer a melhor classificação possível").


Deixo de seguida as principais afirmações de Freire e em baixo o link direto para a entrevista:


"Com a passagem para a SAD, entra um investidor que está no estrangeiro e mete-se um projeto mais amplo onde o treinador deixa de ter tanta influência. Os jogadores são escolhidos pelo scouting, por serem jovens (sem interferência do treinador) com o propósito de serem vendidos como ativos. O papel do treinador é potenciar e desenvolver esses jogadores"

"Num clube, a política é sempre da direção mas o treinador tem sempre a possibilidade de sugerir de ter o seu cunho. Numa SAD já é mais difícil e principalmente numa SAD estrangeira como esta, como a do Rio Ave ainda é mais difícil"

"Foram quase 20 jogadores estrangeiros que entraram e saíram todos os que estavam."

"O projeto pode mudar mas está assente muito em jogadores identificados pelo Scout e o treinador tem de desenvolver e potenciar esses jovens na tentativa de ficar o mais bem classificado possível mas vender ativos que são gerados pelo projeto.

"Houve uma vontade de eu continuar o meu trabalho mas depois queria tal perfil de jogador mas o projeto não te conseguiu satisfazer porque não é essa a intenção do projeto. O que o projeto quer é contratar pelo potencial para vender. Temos de ser inteligentes."

"O projeto não te permite ter determinado tipo de jogador consoante as tuas necessidades. Não é esse intuito. O projeto é contratar pela valia e potencial do jogador para desenvolvê-lo... Tens de te adaptar aquilo que tens para tirar o melhor partido do grupo."