Factos: Freire fez 10 jogos para o campeonato e conseguiu duas vitórias, Petit fez dois e ganhou os dois. Está tudo dito? Acho que não.
[Defendi a saída de Freire após o empate com o Casa Pia, como, aliás, aconteceu, e fui dos raros a mostrar otimismo com a contratação de Petit.]
Invoco esses argumentos para justificar estas ideias:
- Com uma ou outra exceção (a entrada de mais um elemento para o meio campo, Pohlmann) , Petit joga com os mesmos jogadores.
- A única diferença visível é a aposta num 4-3-3, que Freire nunca quis, exceto no jogo que acabou por ser de despedida.
A diferença de resultados explica-se pela mudança tática? Em parte, sim, mas acho que há mais dois fatores a ter em conta:
- sorte! Sejamos honestos, com Freire o que tinha para correr mal corria. Os guarda-redes adversários faziam exibições do outro mundo, Kiko Bondoso (e não só...) falhava golos de baliza aberta, etc. Acredito que Petit trouxe sorte ao Rio Ave. Só me lembro de um jogo em que Freire ganhou com sorte, o da Taça de Portugal com o Atlético.
- a confiança dos jogadores. No final da goleada na Luz escrevi: "garra? zero. Atitude? pouco mais de zero. Intensidade? quase nula. O que me preocupa é como é que uma coisa destas acontece à 9ª jornada? Será apenas desinspiração coletiva? A equipa não está com o treinador? A equipa não percebeu as instruções do treinador?". Depois veio a saber-se do episódio Miszta. A equipa, ou parte da equipa, já não estava com o treinador. Petit, acredito, conseguiu ultrapassar o problema e os jogadores viram nele a oportunidade de poder fazer uma boa época.