19.5.22

Rio Ave campeão – Destaques (Jogadores)

Finda a época é tempo de balanços e análises. Depois de ter sido feita a análise dos elementos que rodeiam os jogadores, chega a vez de opinar sobre quem de facto anda lá dentro.

É sempre uma avaliação subjectiva, pois identificamo-nos mais com uns que com outros, podemos dar mais valor a umas características que a outras ou até darmos mais ênfase ao trabalho do que ao talento ou vice-versa.

Fazendo um Top 3 da época, os melhores do Rio Ave FC para mim foram estes e por esta ordem:

1-Jhonatan

2-Guga

3- Pedro Mendes

Apesar de sermos uma equipa que sofre muitos golos para um campeão, a verdade é que de todos os que sofremos só me recordo de um com culpa de Jhonatan, foi na Amadora, já com o jogo resolvido. Foi um guarda-redes que sempre deu segurança, apareceu nos momentos difíceis e de aperto com defesas fantásticas, mais que isso, em jogos decisivos em que estávamos a empatar ou a ganhar por um e nos últimos minutos desses jogos, ou então ainda com 0-0 ainda mal o jogo tinha começado. Segurou a equipa quando a defesa metia água por todo o lado, guardou vitórias quando a equipa estava completamente descompensada. Não perdemos nem empatamos nenhum jogo por culpa dele, mas ganhamos pontos por causa dele e isso é o maior elogio que se pode fazer a um guarda-redes. Para mim foi o melhor.

Em segundo optei por aquele que para a maioria foi o melhor, que é o Guga. Um jogador que cresceu muito, pegou na equipa dentro de campo, pautou e construiu o nosso jogo sem nunca se esquecer de destruir o do adversário. Faltou-lhe mais golo para ser uma época perfeita… ou então acertar menos vezes na trave, mas acontece.

Em terceiro o Pedro Mendes (mais discutível, eu sei). Eu fui crítico da contratação de Pedro Mendes. Um jogador que enquanto sénior tinha marcado 2 ou 3 golos quando nós precisávamos era de alguém que os fizesse. Pedro Mendes não só os fez, como demonstrou ter outras qualidades e características que mesmo não tendo sido sempre titular, para mim são suficientes para o colocar neste top: a forma como segura a bola na frente à espera que a equipa suba, as faltas que sofre em zona adiantada proporcionando bolas paradas perigosas a nossa favor, a forma como pressiona na frente numa primeira fase e rapidamente baixa para compensar o pseudo-extremo que vem para lateral, ficando ele a acompanhar o lateral contrário, mas isto durante 90 minutos. Não me lembro de um jogador no Rio Ave FC levar tanta pancada e não reagir. As faltas que ele sofria, dada a sua estampa física, roçavam muitas vezes a agressão, porque de facto com aquele corpanzil era a única forma de o parar, mas sempre se manteve sóbrio e disponível. Não esquecer que além das faltas assinaladas, foi também um mártir pois os árbitros deviam achar que por ter aquele capadola tinha de se aguentar a levar calar.  

Outras distinções

Regularidade: Jhonatan

Melhor contratação: Vítor Gomes – e claro que é necessário explicar. Então como  é que o Jhonatan é o melhor, o Pedro Mendes está no top 3 e a melhor contratação é o Vítor Gomes?

Dentro do campo, acho que foi importante, ao fazer aquilo que ninguém fez o ano passado, parar o ataque adversário em tempo útil. Custou-lhe cartões? Custou. Cometeu erros? Cometeu. Parou-lhe o cérebro contra o Varzim? Parou. Mas, para mim, o Presidente (cujo mérito já dei no texto passado) quando contrata o Vítor Gomes não contrata um médio: contrata um CAPITÃO. Perdemos os jogadores que faziam parte desse núcleo o ano passado – Tarantini, F. Augusto e Coentrão, e era preciso alguém que segurasse um balneário desfeito e descrente. Se não viesse o Jhonatan e viesse outro bom guarda-redes estava tudo bem. Se não viesse o Pedro Mendes e viesse outro que fizesse o que ele fez estava tudo bem. A verdade é que Vítor Gomes só havia um. Um homem de Vila do Conde, um menino que nasceu e que hoje é um homem Rioavista, criado no Rio Ave FC e que sente o clube como qualquer um de nós. Portanto, não estaria tudo bem se em vez de Vítor Gomes viesse outro qualquer, porque ele não foi só um médio. Foi um líder, acredito que uma inspiração para os colegas, uma ligação directa às bancadas, foi um CAPITÃO.

Jogador de balneário: Ukra. Não jogou muito, mas quando o fez mostrou critério, embora sem a disponibilidade de outros tempos. Terá sido um jogador importante para refazer o bom balneário.

Contratação desilusão: Zimbabwé. Prometeu muito nos primeiros jogos e depois sumiu.

Começar bem e acabar menos bem: Hugo Gomes e Zé Manuel. De titulares a suplentes, quando estavam no top 3 goleadores.

Começar mal e acabar melhor: Costinha e Amaral. Quase sempre titulares. Último terço mais seguro que os 2 primeiros.

Subestimados: João Graça e Sylla. Talvez merecessem mais minutos pois sempre corresponderam quando chamados (mais o João Graça até).

Segunda Vida: Ronan. Quando já não se dava nada por ele, veio salvar o Rio Ave FC em jogos em que precisávamos de golos. Marcou uns e assistiu para outros em jogos importantes. Foi eficaz e importante.

Sacrificado: Gabrielzinho. Parecia um tolinho meio perdido em campo na última metade da época era extremo, baixava a médio e acabava a lateral. Sacrificado o seu talento que vinha evidenciando com golos nas primeiras jornadas, em prol do colectivo para fechar como lateral-esquerdo. Acho que foi também um jogador muito importante pela disponibilidade. Muita gente não percebeu, mas se ele em momentos já não tinha força para ir para cima deles era porque se matava a correr para trás pois acompanhava tanto o lateral como o extremo contrários sendo ele o nosso lateral esquerdo.

Sobrevalorizado: Aderlan. Continuo sem perceber o porquê de jogar ele e não jogar o Hugo Gomes. Menos percebo quando por exemplo nas televisões dizem que é um jogador importantíssimo pois tem experiência de Braga e Valência. Pois… também tem experiência de ser um dos principais culpados por uma descida e que agradeça ao Jhonatan e à falta de qualidade de alguns avançados contrários, pois os primeiros 2 terços desta época foram ao nível da última época. Não esquecer que foi por uma estupidez deste jogador que ficamos a jogar com 10 na Taça contra o Tondela e quem sabe, domingo ainda tínhamos a hipótese da dobradinha.

Acabou despercebido mas foi sempre importante: Joca. Tecnicamente talvez o melhor do Rio Ave FC. Destacou-se nos primeiros jogos, mas depois disso, raramente fez um jogo para ser dos melhores em campo, mas também raramente foi dos piores.

Goleador: Aziz. Faz golos. Tem um trabalho diferente do Pedro Mendes, no ataque à profundidade e no condicionamento de saída de bola dos centrais contrários. A diferença do Aziz para o Pedro Mendes nos golos foi que estava mais vezes na área e marcou o penalties, senão acredito que fosse ela por ela nos golos.

Chegou para acrescentar: Amine. Reforço de Janeiro que não sendo titular foi importante.

A crescer: Fábio Ronaldo. É necessário dar continuidade e não matar o rapaz.

Falta falar: Pantalon. Ganhou o lugar... não me encheu as medidas.

Desaparecidos: Sávio e Ângelo pouco jogaram. Júnio e Magrão não jogaram. Leo Vieira merecia ter entrado no último jogo. Rúben Gonçalves saiu a meio e Ventura chegou para não jogar. Olinga chegou para jogar pouco. André Pereira entrou para ser campeão. Ainda jogaram por nós esta época: Nuno Namora, Mané, Geraldes e Anderson.

Acho que não me esqueci de ninguém. Se falta algum não foi por querer ignorar, embora me desse vontade de ignorar os 2 últimos.