O Rio Ave FC é campeão da Liga Sabseg e está de volta a Liga NOS. Está de volta ao seu lugar.
Não foi fácil. Desde o início houve a pressão exercida por
nós, adeptos do clube, habituados há anos à Primeira Liga, fases adiantadas das
taças, Liga Europa, mas houve também o sacudir da pressão dos adversários para
não assumirem eles a sua candidatura ou o seu favoritismo, empurrando tudo para
o Rio Ave FC.
Depois houve um início bom, com goleadas, um empate em Faro
que aparentemente seria um empate em casa de um adversário directo, resultados que
vinham aparentemente confirmar a expressão utilizada pelos adversários: o
Bayern da segunda. Isso não ajudou.
Pelo meio acontece uma coisa à 5ª jornada, que os
adversários aproveitaram para fazer marcar a época, aproveitaram para sacudir
ainda mais a responsabilidade e ainda hoje estão a aproveitar para justificar
os seus falhanços e fracassos. José Mota, essa sanguessuga do futebol
português, que já no tempo do Carlos Brito, quando os resultados não apareciam
não falhava um jogo do Rio Ave FC e diga-se, era visto em quase todos os
estádios onde os clubes passavam por dificuldades, veio dizer, num tom de
labrego que tão bem o caracteriza que o Rio Ave FC estava a ser levado ao colo,
num lance em que se houvesse VAR, a jogada morria no seu início por falta sobre
o Hugo Gomes junto à linha lateral. A partir daí era a desculpa de toda a
gente. O Rio Ave FC anda ao colo… mas quem foi prejudicado fomos nós e no nosso
pior momento da época, quando entre 18 de Setembro e 11 de Dezembro, ou seja,
em 3 meses, para o campeonato fazemos 9 jogos e só ganhamos 3, curiosamente as
duas derrotas em casa com erros grosseiros de arbitragem em jogos em que
estivemos a ganhar: Viseu e Mafra.
Pior, as equipas começaram a fechar-se, não jogavam de igual para igual e tivemos de mudar. Levamos um choque de realidade com o Feirense em casa. Levemos outro pouco tempo depois no Seixal dentro do período que referi em cima. Creio que é aí que se encaixam as declarações do mister Luis Freire quando diz que a equipa teve de se adaptar à Segunda Liga, ou seja o Rio Ave praticou menos futebol bonito, mas com mais força, mais garra, mais querer e mais crer – mais coração… e a equipa, depois desses 3 meses teve-o.
Custou, muitos jogos, em 60 dias fizemos 12 jogos. De 19 de Janeiro a 18 de Março, jogamos em média a cada 5 dias. Houve jogos mal jogados, houve críticas, houve questões, houve até contestação,
não só pela forma como a equipa jogava, mas pelo que os sócios viam nos jogos e
o treinador não dizia no final dos mesmos, como a questão dos 3 centrais, ou o
lateral-esquerdo do Rio Ave FC a partir de determinado momento da época ser o
Gabrielzinho, ou até por trocar de lateral-direito por trocar de jogo para jogo
e substituir um pelo outro no decorrer dos jogos e os erros defensivos serem os
mesmo, independentemente dos jogadores que estavam em campo; o porquê de para
muitos adeptos o Hugo Gomes ser o melhor central do Rio Ave FC, a equipa jogar
com 3 e ele saltar para o banco… na altura era até um de 3 melhores marcadores da equipa e nós nem fazíamos muitos golos. Provavelmente o mister ainda não o assume nem
vai assumir, mas todos percebemos que foi o que aconteceu.
Esse período, final da primeira volta e início da segunda, aliado ao facto de termos calendário alterado por força da indisponibilidade de atletas por COVID19, o que sobrecarregou os atletas levou a que a equipa não jogasse bem, contudo, mesmo jogando mal e já encarnando esse espírito guerreiro, mesmo perdendo alguns pontos nunca deixou de estar perto do lugares de subida directa. Os erros dos árbitros continuaram contra nós, mas à excepção do jogo com o Varzim, mesmo roubados, ganhamos. Na segunda volta temos uma derrota nos 17 jogos, com o Nacional, na Madeira. Aí sim, fomos o Bayern da segunda. O jogo da Feira creio que terá sido o jogo-chave. Apesar de na altura eles estarem à frente, o mister percebeu que mais importante que ganhar era não perder. Jogamos para o empate e empatamos. Entre esse jogo e o do Nacional tivemos 5 vitórias. O Feirense caiu nesse intervalo, a luta ficou a 3. Começamos a jogar muito melhor, com jogos semana a semana – fomos melhores nos confrontos directos finais e ganhamos, sem ajudas, ao contrário de outros que esses sim, tinham penaltis atrás de penaltis para resolver os jogos, fossem falta ou não.
Para que não restem dúvidas, a 2ª volta do Rio Ave FC. 17 jogos, 12 vitórias, 4 empates, 1 derrota - 40 pontos.
Em relação a esta época, jogamos também a Taça da Liga, que
enquanto for feita da forma que está, a equipa que vai jogar a casa do
favorito, dificilmente passará. Portanto, se o estarola não passar, passa a
equipa que o estarola visita, que foi o que aconteceu. Diga-se também que
aconteceu porque fomos roubados, mais uma vez em casa com o Santa Clara.
O único amargo de boca é sentir que poderíamos estar na
final da Taça de Portugal. Depois de eliminar Boavista e Belenenses SAD, perdemos
com um Tondela que desceu, que não é melhor que nós e que se calhar teve a
sorte de nos apanhar na nossa pior forma e eles na melhor. Após isso o Tondela
eliminou o Mafra, tendo levado um banho de bola… que com todo o respeito, acredito que também o faríamos, apesar de não termos feito mais que um ponto e a par do Feirense ser a única equipa que não vencemos nenhum dos 2 jogos. A
final da Taça seria uma luta de duas equipas pela dobradinha e uma vitória além
da conquista da Taça, permitir-nos-ia jogar a Liga Europa, o que, diga-se é o
nosso verdadeiro lugar. Isso seria a época perfeita.
Foi só EXCELENTE – serve perfeitamente.
SOMOS CAMPEÕES. ESTAMOS DE VOLTA.