14.2.21

Guimarães: Bonança

Bom domingo este. Há sorrisos pelos nossos lados, dá vontade de ler os jornais, só o confinamento custa mais um pouco porque não podemos andar a pavonear-nos pelas ruas vestidos à Rio Ave.

foto: Facebook do Rio Ave

Que me lembre foi o melhor desempenho colectivo do Rio Ave. Nada é perfeito, a exibição também não foi, mas foi muito boa, mais que suficiente para vencer um Guimarães que só a perder e na segunda parte causou algumas aflições à nossa defesa. Aquela atracção pelo abismo que temos de jogar para trás, passe após passe e cada vez perto da nossa área deixa-me sempre um pouco ansioso, mas ontem as coisas correram sempre bem. A equipa não se desconcentrou, não se desligou muito e esteve sempre muito confortável no jogo. E depois, quando pôde, foi de um cinismo cirúrgico, eficaz como ainda não tínhamos visto este ano. Dala foi brilhante na forma como construiu os 3 golos, simples e prático quando assistiu Mané e Camacho, matreiro e certeiro na pressão que atrapalhou o guarda-redes contrário roubando-lhe a bola e fazendo golo percorrendo sózinho uma avenida que ele criou até empurrar a bola para a baliza abandonada. 

Claro que Mané, Camacho e sobretudo Dala concentram as nossas atenções e nos enchem boca e coração, mas todo o colectivo foi muito forte. Aderllan pareceu mais confortável a central direito, Sávio promete, Monte esteve impecável, Ivo foi Ivo, Pelé esteve bem. Na baliza de novo um enorme Kieszek que só não parou a recarga de um penalty tão acertado quanto desnecessário. 

Segunda vitória seguida, exibição convincente, muito segura e a deixar a promessa de termos os nossos melhores dias pela frente. Como em tudo quando se está por cima, há que dar continuidade ao momento. Não vamos ter sempre jogos destes, com adversários que gostam de assumir o controlo das partidas enquanto esperamos vigilantes pela oportunidade de os surpreender. Vai ser preciso trabalhar a nossa construção e o nosso domínio, mas ainda bem que o vamos fazer com a confiança destas duas vitórias.