10.3.20

Dores de Crescimento

O Rio Ave FC fez um grande jogo no Dragão.
Contra uma equipa com melhores jogadores, onde muitos já foram campeões nacionais e com um orçamento incomparavelmente muito mais baixo do que esse adversário, fomos capazes de marcar um golo, sofrer apenas 1, concedemos algumas oportunidades, mas não mais do que aquelas que criamos. Podíamos ter feito golo também aos 70, 92 e 99 minutos.
O facto de estarmos a crescer faz-nos pensar que foi bom, mas não nos coíbe de dizer que podia ter sido melhor. E essa ambição medida e não desproporcional é importante para o crescimento.

Mas voltando ao jogo, creio que a diferença esteve no treinador. Carvalhal mostrou que é muito mais do que um treinador ao estilo das ilhas Bora Bora. Não é com frases de arremesso, com gritos na linha lateral e com berros de "bora-bora" à saída do balneário que se é bom treinador. E no fim percebemos que a gritaria continuou e que Carvalhal além de ser melhor treinador tem também outra classe e postura.

Conseguimos cortar espaços, conseguimos sair, conseguimos criar.
Menos posse de bola que o habitual (o que era de esperar pela qualidade do adversário e pela ausência de jogadores importantes),  mas muito bem a alternância entre a linha de 4 e de 5. Concentração muito boa da equipa. Musrati e Amaral entraram mal, mas a partir do nosso golo subiram de rendimento. Aderllan e Pawel fantásticos. Figueiras com o trabalho táctico mais complexo porque no fundo era com o posicionamento dele e quando ele o definia que a equipa passava de 5-4-1 para 4-3-3 e vice-versa. Além de ter feito a assistência para Taremi com um movimento interior muito bom.

Taremi marcou no Dragão (e podia ter feito outro) e já tinha marcado na Luz para a Taça (para não dizer que em Alvalade sofreu 3 penaltis). Se alguém tinha dúvidas hoje não pode ter. Jogue contra o Aves a quem marcou 3 ou contra os da frente, seja em casa ou fora, consegue ser decisivo.

Quanto ao penalty pedido pelo adversário é interessante ontem uma imagem parada da CMTV com zoom onde se pode constatar que o primeiro contacto é da perna esquerda de Aderllan com Marega ainda antes da linha da área e portanto fora da área. Portanto, que é falta é... Agora, seria interessante perceber se o VAR acabou por não intervir porque não podia. Se é fora da área não pode fazer nada. Também a seguir é mostrado cartão ao Aderllan por um corte com a perna... e Conceição não se quiexou.

Quanto aos 3cm nem vale a pena falar. Já perdemos por 6, por 20 e por 33. É igual para todos e temos de aceitar.

Quanto aos 10 minutos de descontos, depois de Artur Soares Dias ter dado 6 minutos em nossa casa contra o Famalicão e ter demorado o mesmo tempo para validar um lance... não sei o que o treinador adversário quer dizer...
Sinceramente só pode estar a desculpar a sua incompetência. Não entendo como é que justifica um empate contra uma equipa com orçamento e jogadores não tão bons como os seus, quando teve 100 minutos para ganhar e o Rio Ave FC não tinha em campo 2 jogadores que tinham sido castigados na jornada anterior com amarelos forçados pelo árbitro e, segundo Carvalhal (que lhe chamou o nosso Messi), o melhor jogador do Rio Ave FC. Nós jogamos sem 3 dos nossos 5 melhores jogadores: Matheus, Diego e F. Augusto, 2 deles com a ajuda de terceiros... e eles queixam-se do árbitro?
Falam do jogo do ano passado? Que se virmos bem são de facto 2 penaltis: é um penalty para cada lado. E o jogo da primeira volta?
O treinador adversário devia era no final do jogo dar os parabéns a uma equipa que marcou um golo ao fim de 1 minuto de posse de bola sem que eles a conseguissem cheirar.

Estivemos muito bem. Jogadores e treinador fantásticos. O empate acaba por ser justo.

PS: fizemos 6 remates no Dragão contra o FCPorto. Não podemos em casa fazer só 7 contra a SAD de Belém. Vi jogadores do Porto a rematar fora da área algumas vezes. Se encontramos equipas fechadas como foi o B SAD e como será o Paços de Ferreira, a meia/longa-distância tem de ser uma solução a explorar.