18.7.10

Combinar as duas faces da equipa

Sobre o jogo de ontem a que assisti com Paulo Vidal da Rádio Linear a quem agradeço o simpático convite:
Segundo jogo sem marcarmos, primeiro golo sofrido e primeira derrota. Nada que importe muito nesta altura. O adversário era de grande valia e tem objectivos mais ambiciosos que nós.
O jogo teve duas partes bem distintas. Na primeira parte apresentámos apenas dois reforços, Felgueiras e Felício que voltou a jogar no meio-campo sobre a esquerda e não a extremo. Com esta equipa mais rotinada jogámos um futebol menos vistoso com alguns defeitos que já vêm do ano passado: dificuldade na passagem para o ataque com a construção do jogo a meio-campo a ser lenta, pouco esclarecida e pouco objectiva, com muitos passes para o lado e para trás. Pela positiva a assertividade defensiva com bom preenchimento de espaços a não dar grandes oportunidades para o Braga criar perigo.
A segunda parte foi bem mais mexida e interessante. Vítor Gomes foi para defesa direito, Tarantini era médio-centro ligeiramente mais defensivo, Braga ficou com o lado direito do meio-campo, Felipe Alberto com o lado esquerdo, Cícero era ponta de lança e tinha Mendes à direita do ataque e Yazalde à esquerda. Com esta disposição, o nosso futebol ofensivo tornou-se mais fluído e rápido, com Yazalde a ser uma agradável surpresa na esquerda e Braga e Mendes a combinarem muito bem na direita. Com isto dominámos claramente os 15 minutos iniciais, estivemos sempre sobre o meio-campo campo adversário e obrigámos o Braga a jogar em contra-ataque. Mas nem tudo foi positivo. Era uma formação de carácter ofensivo, mas lenta a recuperar defensivamente e deixava um vazio entre a linha de meio-campo e a defesa. E aproveitando isso, o Braga fez o único golo do jogo por Vandinho num grande pontapé de à entrada da área. O Braga reequilibrou o domínio do jogo, mas o Rio Ave esteve sempre com uma atitude positiva e no final do jogo esteve de novo claramente mais forte que os opositores, não conseguindo porém marcar.
As indicações deixadas foram muito positivas. O melhor onze está no encontro entre a boa postura defensiva da primeira parte e o atrevimento atacante da segunda. Brito terá de saber encontrar esse ponto de equilíbrio.