Contudo, com o principal objectivo garantido, não me parece que haja essa necessidade.
Mesmo que alguém marque 6 golos nos 2 jogos que faltam, a verdade é que o fará num contexto de descompressão e não num ambiente de pressão para ganhar pontos e para fugir da descida de divisão.
Não sendo eu fã do treinador, a figura é Luís Freire. Uma equipa que bate o recorde de empates na primeira liga, que tem a melhor defesa da 2ª volta num campeonato em que se diz que há equipas que têm guarda-redes de 45milhões e centrais de 80 e uma equipa que fica 10 jogos sem perder (para já), tem de ter dedo do treinador.
Podemos discutir se o empate acontece por jogar para não perder ou se acontece por arriscar tudo para ganhar. Tenho a minha opinião e serei mais exploratório quanto a isso nos próximos dias, contudo, factos são incontestáveis e estes são os números.
Creio que o principal factor é a capacidade que tem de unir o grupo. Com ou sem ajuda de capitães, com ou sem ajuda de staff ou direcção, conseguiu-o. Já o tinha feito quando passamos por um mau momento no final da primeira volta da época da subida e o ano passado também. Portanto, gostando ou não do tipo de jogo, criticando por vezes determinadas declarações, pelos vários momentos maus em que conseguiu resgatar a equipa, fazendo com que vão atrás das suas palavras, fazendo com que sigam as suas ideias e atingindo os objectivos é Freire a figura.
Aponto-lhe:
1) A falta de ambição em alguns jogos, talvez com o tal medo de perder;
2) A teimosia de, no início da época insistir, à imagem dos outros anos, em por vezes colocar um lateral no lugar do central esquerdo que corrigiu a tempo e com resultado à vista;
3) O facto de na primeira volta fazer substituições por fazer, só porque não tinha opções no banco e em certos momentos a perder, não arriscar com um dos 3 centrais na frente nos últimos minutos. Até ter reforços, Luis Freire substituiu centrais em quase todos os jogos; ou central por central, ou um lateral esquerdo a jogar a central por um central, ou um central para pôr um lateral esquerdo a jogar a central. A partir do momento que teve reforços deixou de substituir centrais e jogadores que punha a jogar a central. Isto leva-me a concluir que só o fazia porque não tinha mais nada para fazer, mesmo que não tivesse necessidade de o fazer. Quando deixou de o fazer a equipa tornou-se a melhor defesa do campeonato. Coincidência? Para mim não, embora haja outro factor que direi nos próximos dias.
4) A eliminação da Taça da Liga, mas principalmente a eliminação da Taça de Portugal no primeiro jogo, numa prova onde a pulso ganhamos tradição;
5) A insistência em Aderllan. Todos os centrais rodaram - quando falhavam eram substituídos por outros, como referi em cima, por vezes até de forma desnecessária. Jogaram à esquerda, à direita e apenas e só quando Aderllan esteve castigado, ao meio. Aderllan falhou como todos os outros, errou como todos os outros, mas fez todos os minutos à excepção de quando esteve castigado. Foi expulso contra o Benfica com o jogo em 1-1 e perdemos. No jogo seguinte em Chaves sem ele, não sofremos golos. Voltou a falhar por castigo o jogo contra o Sporting em que de facto sofremos 3 golos, mas para a média do Sporting não é nada fora do comum e empatamos o jogo; contra o Farense por exemplo, sofremos 4 com ele em campo. Aderllan fez um boa época, seguramente a melhor das últimas 4, mantém falhas principalmente na construção, mas no alívio, na dobra, no duelo, cresceu muito principalmente nesta segunda volta e como tal a questão nem é essa. A questão é: porque é que os outros centrais não tiveram oportunidade de mostrar o que valiam a jogar no meio por opção do treinador, visto que só o fizeram por necessidade.
6) Algumas pancas que não se entendem e estou a lembrar-me de uma nesse jogo contra o Sporting em que aos 85 minutos faz duas substituições quando podia ter feito 3. Andou a primeira volta toda a trocar centrais por centrais. Viu o Sporting a carregar pelo lado do Pantalon que tinha amarelo e deixou-o em campo, acabando por ser expulso, com Patrick William no banco quando os poderia ter trocado. Ou no jogo com o Farense em que tem o Amine e o Ventura mortos a ganhar 3-2 com duas substituições para fazer e acabamos por perder o jogo.
Freire, de todos, entre direcção, staff, jogadores e treinadores é a figura.
Tem contrato por mais uma época e apesar de eu não ser apreciador, pelos resultados justifica continuar. Contudo, se aparecer um Carvalhal desta vida não deve ser descartado. O facto de alguém fazer bem não quer dizer que não haja outro capaz de fazer melhor. Daniel Ramos fez 25 pontos numa volta e foi substituído por alguém que conseguiu melhor.