15.8.23

Porta Aberta - A chave encaixou

A época do Rio Ave FC já tinha começado com 2 jogos da Taça da Liga, mas com o impedimento na inscrição de jogadores, o que torna o plantel limitado, com todas as mudanças que aconteceram e ameaçam acontecer fora de campo e com todo o ruído inerente a isso, o foco na Liga é mais importante que nunca.

Por norma nunca desvalorizo nenhuma competição, mas o formato da Taça da Liga principalmente este ano tende ainda mais a favorecer os grandes e dada a conjuntura, não ter essa competição como factor de distracção pode ser importante para manter o foco naquilo que realmente interessa - a permanência.

O Rio Ave FC entrou bem no campeonato com uma vitória em casa contra um adversário directo.

O jogo estava repartido, mas aos 15 minutos uma infantilidade de um jogador adversário deixou-os com menos um e o Rio Ave soube aproveitar essa vantagem numérica, o que também é preciso dar mérito. A equipa instalou-se no meio-campo contrário e mesmo na primeira parte com o vento contra tomou conta do jogo. Alas abertos, centrais subidos, meio-campo em movimento e avançados dinâmicos sempre a criar espaço ou a dar soluções de passe para as tabelas.

Na segunda parte com o vento a favor tornou-se ainda mais evidente a superioridade com a concretização em golos e um amasso no adversário.

Apesar de algumas tentativas continuo a achar que com o vento que faz no nosso estádio se explora pouco esse factor na meia-distância e ter o vento como se tem e marcar cantos abertos faz-me imensa confusão.

Notas individuais:

Pior - para a ausência de Jhonatan e a entrada de Magrão que se percebeu que não é a mesma coisa e que se o jogador do Chaves não estivesse fora-de-jogo teria comprometido o jogo com uma saída completamente falhada. Por outro lado, Aderllan que apesar de ter melhorado a época passada continua em locais sensíveis a correr alguns riscos escusados, principalmente na saída de bola e em algumas abordagens aéreas.

Melhor: Fábio Ronaldo que dá à equipa aquilo que as grandes equipas têm que é um jogador que quando o colectivo não funciona ele pode estar lá para decidir e por isso acho que pode e deve jogar mais próximo da baliza adversária e ser-lhe retirada a imensa responsabilidade defensiva que lhe é atribuída. Neste jogo não se notou tanto porque o Chaves cedo ficou com 10, mas vimos na época passada o que lhe é pedido e é um desperdício de talento ter um craque a ter de correr atrás do adversário quando é o adversário que tem de se preocupar com ele. O regresso de Joca após um ano de lesão com pormenores de qualidade e demonstração de classe que me arrisco a dizer únicas no plantel deste ano do nosso clube.

Estranho: a titularidade de Ruiz ao invés de André Pereira que o ano passado foi mais regular que Ruiz e nem sequer entrou. A saída de Hernâni quando na primeira parte foi o jogador que criou a melhor oportunidade de golo da nossa equipa. Acho que merecia pelo menos 10 a 15 minutos para ver o que fazia a favor do vento, pois não tendo o fulgor de outros tempos, ainda sai no 1 para 1, embora não com a frequência dos tempos do Vitória, com vantagem para o cruzamento ou para o remate como poucos.

Nota para as declarações de Luis Freire no final do jogo, que me parecem um pouco estratégicas e que espero que não seja o preparar de uma desculpa caso as coisas corram mal. Ao dizer que perdeu 6 jogadores desde janeiro está a dizer que perdeu 25% do plantel e que não inscreveu ninguém.

É verdade: perdeu Aziz em janeiro, Samaris, Paulo Vitor e Baeza para esta época e talvez os quisesse manter porque os utilizava com regularidade e ajudavam a equipa, mas perdeu também também João Ferreira e Pedro Amaral em janeiro, que os utilizava com regularidade e a sua ausência obrigou a que Costinha jogasse mais e Fábio Ronaldo pudesse aparecer, o que também fez com que o rendimento da equipa subisse, quando o treinador insistia em colocar em campo os 2 jogadores com rendimento quase nulo.

Em todo o caso é importante aproveitar o embalo do início de época pois enquanto os outros estão a apurar a equipa com entrosamento de novos treinadores e/ou jogadores, a vantagem que eventualmente podemos tirar de ter a mesma equipa há 3 épocas é agora no início, aproveitando o conhecimento e engrenagem que esse período nos deu.

Além do mais, ganhar ao Estoril permitiria uma vantagem de 6 pontos para outro adversário directo. É esse o foco. Ganhar.