2.2.22

Covilhã: vitória com sabor a banco!

Vem uma pessoa a conduzir a caminho do estádio, ouve a constituição das equipas e fica logo apreensivo: vamos entrar com 10 e o Covilhã com 12, Pedro Amaral é titular. Mais atenção aos restantes e uma curiosidade: Joca, Guga, João Graça, Gabrielzinho, meio-campo com altura média de 1,42 metros. Bem, o Freire só tem 1,46 e é ele o boss. Napoleão dizia que os homens se medem da cabeça ao céu, por isso vamos ver como corre.

Bem malta, primeiro quarto de hora nada entusiasmante. Baliza do Covilhã nem vê-la. Perigo só dos beirões com excepcional defesa de Jhonatan. Começou depois a animação. Livre à entrada da área e Pedro  Mendes que tem andado pistoleiro, bate. Corte com o braço na barreira e penalty. Aziz faz 1-0. 20 minutos.

Até ao final da primeira parte houve ali uns cantos de lado a lado e tal, umas correrias, faltitas aqui e além, parecia eu no trabalho quando quero enganar o patrão com uma maço de folhas na mão em viagens circulares entre agrafador, furador, fotocopiadora e triturador de papel. Pareço ocupado mas não faço nada. 

O adepto João Terroso (dizia a camisola a rigor) merecia mais aplausos na bancada a reclamar apoio que a equipa no relvado. Um verdeiro 12 jogador, que infelizmente não joga. 
Portanto, foi neste sono que o Covilhã nos apanhou e empatou mesmo no último remate da primeira parte. Castigo merecido. Pensei muitas coisas menos agradáveis do treinador ao intervalo. Enquanto acendia um cigarro à boleia da chama do isqueiro vi-o a ser queimado na fogueira da minha pessoal Inquisição. O homem não é herege, mas o adjectivo 'medroso' assenta que nem uma luva. Qualquer chega a Vila do Conde e toma conta de nós. Não há leões a sério no clube? Na cabine de som Rui Pioneiro fazia soar "I need a hero", nada mais adequado. 

Começa a segunda parte e Ronan sai para aquecimento. O redes do Covilhã já pensava em tirar uma selfie com o homem que marcou o último golo que o campeonissimo Casillas sofreu na carreira. Teve de esperar 15 minutos para o ver de perto, a ele e a Zé Manel. Joca e Aziz foram mais cedo ao chá. 
Entretanto, continuava a sonolência da primeira parte. Dava até para consultar a agenda e perceber que amanhã não vai dar para andar só a passear papeis. Deviam dizer o mesmo à equipa lá em baixo. Nisto Fábio Ronaldo e Sylla rendem Gabrielzinho e Costinha, apagados um e outro. Chego a pensar que são clones dos mesmos jogadores que começaram a época. 

Ora bem, Freire mexeu nos rapazes, Freire ganhou. FR cruza, Ronan ajeita, Zé Manel marca. Toma lá Covilhã! Só me aflige só terem passado 79 minutos. Ainda há unhas para roer, vai dar para aguentar. Quando sobe a placa de tempo adicional aquele 4 parecia um 9. Que falta me fazem os óculos! Felizmente FR vê melhor que eu, iludiu um defesa adversário e encontrou Zé Manel sozinho para o 3-1. Estava ganho! Ainda dizes mal do Freire, ó palerma ingrato e convencido? A resposta é rápida e simples: hoje ganhou o jogo com as substituições merece todo o crédito. Mas há que jogar mais e ser mais regular. 

Nota final para outra mea culpa: Pedro Amaral hoje jogou por nós.