27.2.22

Ganhámos ao Porto B e estamos em lugar de subida.

O festejo de dois aniversários, cozido à portuguesa e champanhe só me deixaram ver os últimos 20 minutos no estádio. Até me esqueci de tirar uma foto no estádio e tive de roubar uma ao meu amigo Abilio para meter aqui. Ele não se deve importar. 

Nem vi o nosso golo e os golos são sempre a melhor parte dos jogos. Mas não foi só o azar de não ver o golo, na pequena  parte do jogo que eu vi, o Rio Ave quase não jogou. Quando cheguei a casa depois de uma caminhada digestiva, lá fui ver o jogo na Sporttv. E foi quase como rever um velho filme. Falar sobre os nossos jogos começa a ser demasiado fácil, é um exercício de copiar e colar, só se muda o nome do adversário. Resumidamente, basta escrever assim: "O Rio Ave venceu hoje o XXXXXXXXX pela margem mínima. Chegámos ao golo no minuto XX e depois a equipa remeteu-se a uma postura defensiva que permitiu segurar a vitória. Exibição cinzenta, o jogo valeu pela vitória.". Feito, venha o próximo.

Olhar para a tabela e ver-nos em terceiro, mas em segundo nas contas da subida (ainda que temporariamente) não é, porém, ilusão de óptica. Mas o que parece é que vivemos num estado permanente de diarreia. Até estamos bem, mas de repente vai chegar uma cólica que nos vai deixar fora de jogo. E o mal dessa situação é até termos remédios para tomar, mas ficamos quietos, reféns do papel higiénico, rezando que não acabe. Eu acho que já devíamos ter tomado Imidium. 

Ora bem, estamos em tempo de Carnaval e amanhã podemos disfarçar-nos de varzinistas. Só amanhã. E só entre as 18:00 e as 20:00

20.2.22

Feirense: empatar é pior que ganhar, mas melhor que perder. Ou não?

Rapaziada, estou cansado. Parece que fui eu que estive a jogar. Primeiro porque quem não foi ao estádio como eu e teve de ver o jogo na TV precisava de ter uma visão de Super Homem para ver as imagens da Sporttv. Não sei se o Feirense não os deixou filmar o jogo dentro do estádio e eles tiveram de ir para uma das varandas dos prédios vizinhos a 150 metros do relvado. Seja como for, mostrar o jogo todo com grandes planos tão abertos dá cabo dos meus olhos. Em segundo lugar, cansado de ver os jogadores correrem tanto. De falta de empenho hoje não acuso ninguém. Os moços hoje, talvez por medo de levaram outra vez 4 na pá deste Feirense, suaram bem as verdinhas. Ora bem, sabemos todos que empenho não é sinónimo de inspiração (ainda que pra suar correndo se inspire muitas vezes) e foi isso que se foi vendo. E isto vale para as duas equipas. No fim só podia dar um empate. E foi bom ou mau? Mau, é sempre mau não ganhar, é como sair com uma namorada nova, lavar e aspirar o carro, pendurar um pinheirinho novo no espelho, usar perfume caro e no fim não levar nem sequer um beijo de lingua, isto depois de pagar o lanche mais caro de que nos lembramos. Mas atenção!, o Freire tentou ganhar. Meteu o Ronan e a 90 segundos do fim do jogo ainda fez o entrar Hugo Gomes que é um dos nossos melhores marcadores. Deixem o homem sossegado por hoje. 

Portanto, tudo espremido com muita força, foram 90 minutos sem sal. Salvam-se as tensões arteriais. 

16.2.22

A Cara e a Careta

Nos últimos 2-3 meses a contestação à equipa do Rio Ave FC tem vindo a subir de tom.

Desde à direcção pelas contratações, empréstimos e negócios inexplicáveis nesta janela de janeiro, bem como o papel de alguns assalariados com cargo de directores na SDUQ, passando pelo departamento de comunicação e marketing com exponente máximo no post relativo ao SuperBowl, indo ainda a alguns jogadores, nomeadamente Pedro Amaral e A. Santos; mas principalmente com mais ênfase ao treinador.

E a verdade é que o treinador, apesar de na prática a situação não ser alarmante, pôs-se a jeito.

Luís Freire resolveu inovar para uma linha de 3 centrais, adaptando um jogador a um desses 3 lugares, jogador esse, cujo rendimento na sua posição de origem já vinha sendo mau. Ao mesmo tempo, tirou um jogador da equipa com o qual os adeptos se identificavam, pela presença, pela postura, pela tomada de decisão de ter de jogar feito quando o tinha de fazer (será que foi isso que o tirou da equipa?), até pelo jogo aérea ofensivo, que desde que saiu da equipa perdemos e muito, algo que nos deu golos na fase inicial da época - Hugo Gomes. E o Rio Ave FC precisa de marcar golos.

Pior que isso foi o treinador do Rio Ave FC vir para conferências de imprensa negar que jogávamos com 3 centrais e que isso apenas acontecia pontualmente na saída de bola e que tinha como objectivo as incursões de Amaral/Sávio pela esquerda, o que proporcionaria desequilibro no adversário. Pois bem, os adeptos do Rio Ave FC não são treinadores e é óbvio que o Sr. Luis Freire percebe mais de futebol do que nós. Contudo, o comum adepto do Rio Ave FC também não é cepo nenhum e está habituado a ver jogos de uma equipa que luta pela Europa, jogos de Liga Europa, jogos onde a nossa equipa defronta equipas que se apuram para a Liga dos Campeões e jogos de finais e meias-finais de provas internas. Como se pode ver nas imagens, Gabriel é o nosso lateral esquerdo, Amaral é central, defendemos com uma linha 3 com a defesa mais subida e com uma linha de 5 em defesa posicional mais baixa. E isto acontece sistematicamente. Portanto não é 3 a sair. É 3 centrais - Ponto.

Acontece também, sempre, termos 11 jogadores nossos dentro da nossa área nos cantos contra nós e não é apenas quando estamos em vantagem no marcador. É sempre, seja em casa ou fora, do primeiro ao último minuto. Isto não é de equipa que quer ganhar. É de equipa que não quer perder.

Portanto, não sendo treinadores, os adeptos do Rio Ave FC também não gostam de ser comidos por lorpas; se o treinador tem razões para apontar o decréscimo da qualidade nos últimos jogos, também tem de ter coragem para admitir que no que está ao seu alcance as coisas também não estão todas bem.

Se é verdade que já fomos mais vezes prejudicados que beneficiados e se é verdade que tantos jogos em 4 semanas é desgastante, tem de ser verdade também que não se pode escamotear a falta de qualidade no jogo do Rio Ave FC e os erros graves principalmente na transição defensiva. 

Como é que se explica que antes dessa série já tenhamos sido virados em casa de 1-0 para 1-2 com Mafra e com Viseu?

Como é que se explica que se deixe um jogador como A. Santos em campo na Taça quando nas bancadas ao intervalo já se comentava "da maneira que ele é, vai ser expulso, mais valia troca-lo já" (não obstante de Hugo Gomes ter responsabilidades no golo sofrido) - e foi expulso, mais uma vez por uma estupidez. No último jogo contra o Estrela da Amadora há 2 dos 3 centrais amarelados e o A. Santos - único que não estava, que desta vez foi central pelo meio, decidiu sair a jogar pelo meio, com o resultado em 1-0, perdendo a bola em zona perigosa e deixando os seus 2 companheiros da defesa, já amarelados em situação que poderia haver necessidade de fazer falta para amarelo. Nem o jogador pensou nisso, nem o treinador precaveu essa possibilidade, com 5 substituições que agora se podem fazer?

Joguem os laterais que jogarem, os erros são sempre os mesmos. Chega trocar os jogadores? Não é preciso mais trabalho nesse sentido?

Prender o melhor jogador da equipa no 1 para 1, o que mais desequilibra,  como lateral, não é um crime? No momento mais forte do jogador já ele está morto fisicamente por andar a correr atrás tanto do extremo como lateral adversários e morto psicologicamente porque já passaram 5 vezes por ele e isso mata qualquer 1. E atenção, o Gabriel é dos que mais tem corrido, só que anda a tentar fazer o que não sabe nem é sua característica e por isso não rende. E mais, até parece mal o treinador estar sempre aos berros com ele quando atacamos para Norte e o homem joga ali em frente ao banco. Se já se percebe que ele anda perdido, mais perdido fica com tanto berro.

Dizer que só perdemos 1 jogo nesta sequência é verdade. Mas não é ocultar outra verdade dizer que esse jogo foi perdido contra o único adversário directo que jogamos nessa mesma sequência e que nem às pUlacas que não jogam nadinha conseguimos ganhar em casa?

A verdade é que nos últimos jogos tenho estado mais de acordo com as leituras do treinadores adversários do que com a leitura no nosso treinador - quem tem ganho os nossos jogos é a qualidade individual dos nossos jogadores, tanto técnica como em termos de atitude, porque o Rio Ave FC com bola não tem feito nada. Circundamos a área adversária a trocar a bola e somos inertes. Eles fecham-se não saem na atracção e quando perdemos a bola, sem criar perigo, vêm rápido nas costas dos laterais.

É sempre preferível ganhar, mesmo a jogar mal, mas quando se joga mal, mesmo ganhando, há que assumir e ser sério. E quando se tem jogadores muito melhores que os outros é preciso mostrar mais futebol. Muito mais futebol.




14.2.22

Estrela da Amadora: 1-0. Tão pobre que mete dó.

Amigos, andei o dia todo a pensar no jogo. O dia todo. De manhã estive num tribunal e enquanto o oficial de justiça fazia a chamada eu só ouvia a voz do Pioneiro a anunciar a nossa equipa inicial: "Jhonatan, Pantalon, Aderllan,...". Confesso que não percebi se o Pedro Amaral era ou não titular. Mas o Ronan era (acabou por não ser, como é possível? Ó Freire!!) Enfim, adiante. Mal saí do trabalho, passei logo na Nau Doce. Porquê na Nau Doce? Porque me lembrei daquele anúncio deles que passava no estádio há muitos anos e que dizia que na Nau Doce as vitórias são mais doces e as derrotas menos amargas. Confesso que comprei a doçaria a pensar na derrota. Que querem? Contra o Chaves apostei nos fumados e salgados e correu mal. Por falar em publicidade sonora no estádio, agora nem se usa. É como nos jogos internacionais, agora já não há a música da Eurovisão a anunciar a transmissão na TV, nem bandas filarmónicas a tocar e a desfilar no terreno de jogo antes das partidas. Sinais dos tempos. Por falar em tempos, os nossos são de Segunda Liga. O que pode ser mais deprimente que isto? Bem, e sendo dia dos namorados, talvez rever algumas colegas de escola primária, relembrar as paixonetas de criança por elas, pensar que eram tão giras e vê-las hoje em dia mais gordas e envelhecidas que o meu casaco de couro azul. Porco machista (Ri-se o roto do esfarrapado e o sujo do mal lavado.)! Calma, era só uma brincadeira! Beijinho para todas, estejam elas como estiverem. O corpo é só um embrulho, o que conta é a alma, mesmo não se vendo. 

Futebol, falemos de futebol. Lembraram-me estes dias que a ultima vitória folgada do Rio Ave foi precisamente contra o Estrela na primeira volta. Significa isto que andamos a jogar mal há meio campeonato. Meio campeonato é muita fruta! De lá pra cá meteram-se Outono e Inverno, Santos e Natal, Delta e Omicron. Bom futebol é que não. Tomemos por exemplo, mais uma vez, o jogo de hoje. Se andaram a limpar estrume dos currais dos vossos animais, o vosso tempo foi melhor empregue que o meu. Salvou-se o penalty bem ganho por Pedro Mendes e melhor executado por Aziz.
Mas como se explica jogar tão pouco? Primeiro, porque ninguém ensinou o nosso hino aos jogadores, sobretudo a parte do "vibrante animação". Eles, coitados, até devem vergonha de jogar tão mal, mas têm um contrato pra cumprir, há que jogar, mesmo em baixo de forma. Segundo, por causa do gigantesco capuz do casaco do Luís Freire que não o deixa ver bem o que se passa em campo. "Ah e tal, ele nem usa aquilo na cabeça!". Tá bem, mas prefiro achar que a culpa é do capuz que da cabeça dele por insistir em pôr a equipa a jogar naquele sistema. 
Tudo espremidinho, lá ganhámos. Não convencemos, mas vencemos. 

E com isto vão lá jantar com as vossas namoradas que eu vou ver se faço o mesmo com sobremesa made in Nau Doce. Vale-nos o amor. E os 3 pontos.

Até domingo, se não for antes. 

10.2.22

Chaves: derrota da pior equipa, logo resultado adequado.

Que belo dia teria sido para ir a Chaves apreciar a beleza local: Pasteis de Chaves, Folar de Chaves, Presunto de Chaves, Alheira, Linguiça, Chouriça de Cabaça, Salpicão, Bucheira. Todos com letra maiúscula que a coisa não é pra menos. Teria sido mesmo bom ir, teria. É muito injusto sujeitarem os adeptos a estas decisões de fazer jogos de futebol a meio da semana de trabalho, afastando-os das localidades como Chaves, tão bonitas que elas são!

Foi a pensar nestas coisas que lá me sentei, resignado, no sofá para ver o jogo. Havia tremoços sobre a mesa, já não era mau. Outra ideia atravessou-se-me o espírito: que terão andado a comer os jogadores do Rio Ave? Quem vai de véspera como eles foram, devem ter tido tempo para uma refeição mais substancial. Se não foi ao jantar, podem ter almoçado uma coisa que lhes tenha dado forças porque o jogo só começava às 6 da tarde. Já ia dar pra perceber como foi a coisa. Ia, mas não às 6. A luz teve umas avarias lá por terras flavienses. Para nós com aquele equipamento branco nem era problema, os nossos jogadores eram visíveis até de Vila do Conde. O Freire hoje estava menos gestor criativo, só mudou 4 jogadores na equipa inicial de Matosinhos. Temi que com o atraso no início do jogo ainda fosse mudar de ideias e trocar mais uns 4 ou 5. Com o atraso já não havia tremoços na minha mesa e pelo que se via na TV não faltaria muito para se acabar a água aos jogadores do Rio Ave de tanto aquecimento e certamente de tanto enchido fumado e salgado consumido entre o pequeno-almoço e o lanche. Freire conversava com a equipa técnica e pela cara o almoço não deve ter sido grande coisa. Volta tudo ao balneário e na TV anunciam início para as 18:45. A minha mulher não via a bola a rolar e já me cravava para fazer o jantar... "Não posso, tenho uma afta na língua, devem ter sido os tremoços...".

18:47 e finalmente começava o jogo. De início parecia que jogávamos em casa. A malta de Chaves estava mais expectante, os sonsos, a ver-nos tecer uma renda de bilros. Era muita posse de pé pra pé e até conseguimos uma boa oportunidade, mas Pedro Mendes só conseguiu acertar no Paulo Vítor, esse mesmo que já jogou por nós. Depois disso e chegados à meia hora o melhor que conseguimos foi ver a reconhecida descoordenação motora de Aziz a conseguir cabecear para trás uma situação de golo eminente. Do outro lado o Chaves tinha acordado e Jhonatan negou um golo cantado aos transmontanos. O amarelinho parecia um tigre! Parecia. Depois, porém, ele e Costinha mingaram para 2 gatinhos recém-nascidos de olhos ainda frchados a deixar o Chaves marcar. Ainda eu não lhes tinha chamado os nomes todos e 2-0. Mas que é isto? Somos a pior equipa da Segunda Liga! Que meninos! Onde está o Freire? A televisão nem o mostra!, mostrem o tipo que eu gosto de insultar as pessoas na cara!

Intervalo. Decidi não ver a segunda parte em protesto. Fui fazer o jantar e aproveitar a cebola picada para chorar o que me apetecia.

Vá-se lá perceber porquê, todos os comandos à distância cá de casa avariaram. Não conseguia mudar de canal nem apagar a TV. Cá em casa não se desperdiça electricidade por isso fiquei a ver a segunda parte. Para quê? Aqueles primeiros 15 minutos foram miseráveis, miseráveis. Lá por volta do minuto 17, parecia ter acabado o sono, a equipa lá se mexia qualquer coisinha, mas ainda assim as semelhanças com uma cerveja choca eram mais que muitas. Um mocinho do Chaves ainda foi expulso, mas dava no mesmo, até podíamos ter 25 em campo e eles só 4, perdiamos na mesma. De repente a Sporttv desata a passar publicidade com o jogo a decorrer. Para mim foi um alívio! Já não tinha mais que ver "aquilo"! Alívio curto, o comando da box parecia uma fénix renascida das cinzas e levou a imagem a parar na Sporttv 6, onde ainda se realizavam as cerimónias do despedimento de Luís Freire. Tudo tem uma validade, a de Freire expirou. É o que é. 

Ronan (outra vez tu, Ronan? Não andas a exagerar?) ainda fez 2-1, mas foi curto. Logo a seguir conseguimos falhar o empate e o Chaves conseguiu falhar o 3-1. Não há estômago que aguente!

Jogo acabado e com tudo isto vai aqui uma indigestão sem par. A mulher sugeriu água das Pedras, 2 doses. Ela é transmontana (e malvada). Mas água das Pedras, nem pensar! Isto só vai lá com bagaço. Bagaço > Água das Pedras. E vodka. 

Ainda vi o Freire a falar à Sporttv mas não percebi nada. Vou esperar pela sempre poética, filosófica e esclarecedora crónica de jogo que o clube publica no site para ficar elucidado. 

6.2.22

Leixões: empate a 2 golos de novo com o banco a dar frutos.

'Tou, mãe? Almoço para as 13!

Podia começar pelo fim, mas vocês já sabem todos como acabou. Não o almoço, o jogo.
Freire decidiu mudar muita gente, mais de meia equipa. Começou com Zé Manel, Ukra, Amine, Sávio, Sylla e Aderllan que não tinham estado no onze inicial de quarta-feira. Há muitos jogos este mês, há que gerir. Quanto a Aderllan de início, acho que é porque dá muito jeito ter dois guarda-redes em campo ao mesmo tempo. O Leixões sabe disso e é desde logo um jogo mental que os condiciona. A priori e em teoria era de mestre!

Jogo começado, não se via Rio Ave. Eu acho que era por causa dos equipamentos. "É marketing, senhor", tá bem, mas não sou obrigado a gostar, prefiro o nosso verdinho listado. Nisto há golo anulado ao Leixões fruto da regra cujo nome engana qualquer, o "fora de jogo". Decisão certa. Má decisão teve o defesa direito do Leixões ao passar da meia hora. Rematou à entrada da área e faz um belo golo. Não havia nada de diferente para fazer? Que equipa sofre um golo de um tipo chamado Pastor? Que dizer? A mim pareceu que era mais que ajustado face ao que o Rio Ave não conseguiu fazer. Aquele moço que estava à baliza do Leixões bem que podia ter ido comer uns camarões ao centro de Matosinhos que ninguém notaria que não estava em campo. Freire mostrava-se insatisfeito e arrependido. Aos 40 minutos tirou Sylla e Sávio e meteu Amaral e Costinha. Portantos, o problema não era o sistema, eram os jogadores. Às vezes o problema parece ser o Freire, se bem que na semana passada mexeu para ganhar. O fim da primeira parte não lhe dava razão, porém. E quando o Leixões fez 2-0, tive vontade de lhe arrancar o bigode, pelinho a pelinho. Fomos pouco mais que inofensivos. A vergonha vestia-se destes números:
Quando uma parte do jogo é muito má, a probabilidade da outra ser melhor é grande, por isso, recorrendo a muito boa fé, fica-se a ver. Do intervalo não regressaram Amine e Ukra. O outrora desequilibrador extremo mal foi notado. Também não tem sido reforço. Já Aziz mal entrou e já conseguiu falhar um golo. Foi muito mais que toda a primeira parte em que nem golos conseguimos falhar! A segunda parte fez-me achar que a malta chegou tarde da discoteca e começou a jogar com os miúdos. Os adultos iam entrando à medida que chegavam. Quando Aziz marcou achei que ainda dava tempo pra mais. E foi mesmo assim. Entretanto Ronan tinha chegado, equipou-se e pimba!, golo de cabeça! Outra vez o banco a render juros! 83 minutos, ainda dará pra mais?

Não deu, mas há uma espécie de alegria quase vitoriosa entre rioavistas. Quem esperava o pior ao intervalo dá-se por satisfeito. Eu vivo esse sentimento durante uns instantes e depois fico outra vez insatisfeito. Será de achar que temos de dar mais do que demos, será da fome e do meu feitio que ela faz sobressair. Já agora o almoço é rancho. Mãe, estou mesmo a chegar.

2.2.22

Covilhã: vitória com sabor a banco!

Vem uma pessoa a conduzir a caminho do estádio, ouve a constituição das equipas e fica logo apreensivo: vamos entrar com 10 e o Covilhã com 12, Pedro Amaral é titular. Mais atenção aos restantes e uma curiosidade: Joca, Guga, João Graça, Gabrielzinho, meio-campo com altura média de 1,42 metros. Bem, o Freire só tem 1,46 e é ele o boss. Napoleão dizia que os homens se medem da cabeça ao céu, por isso vamos ver como corre.

Bem malta, primeiro quarto de hora nada entusiasmante. Baliza do Covilhã nem vê-la. Perigo só dos beirões com excepcional defesa de Jhonatan. Começou depois a animação. Livre à entrada da área e Pedro  Mendes que tem andado pistoleiro, bate. Corte com o braço na barreira e penalty. Aziz faz 1-0. 20 minutos.

Até ao final da primeira parte houve ali uns cantos de lado a lado e tal, umas correrias, faltitas aqui e além, parecia eu no trabalho quando quero enganar o patrão com uma maço de folhas na mão em viagens circulares entre agrafador, furador, fotocopiadora e triturador de papel. Pareço ocupado mas não faço nada. 

O adepto João Terroso (dizia a camisola a rigor) merecia mais aplausos na bancada a reclamar apoio que a equipa no relvado. Um verdeiro 12 jogador, que infelizmente não joga. 
Portanto, foi neste sono que o Covilhã nos apanhou e empatou mesmo no último remate da primeira parte. Castigo merecido. Pensei muitas coisas menos agradáveis do treinador ao intervalo. Enquanto acendia um cigarro à boleia da chama do isqueiro vi-o a ser queimado na fogueira da minha pessoal Inquisição. O homem não é herege, mas o adjectivo 'medroso' assenta que nem uma luva. Qualquer chega a Vila do Conde e toma conta de nós. Não há leões a sério no clube? Na cabine de som Rui Pioneiro fazia soar "I need a hero", nada mais adequado. 

Começa a segunda parte e Ronan sai para aquecimento. O redes do Covilhã já pensava em tirar uma selfie com o homem que marcou o último golo que o campeonissimo Casillas sofreu na carreira. Teve de esperar 15 minutos para o ver de perto, a ele e a Zé Manel. Joca e Aziz foram mais cedo ao chá. 
Entretanto, continuava a sonolência da primeira parte. Dava até para consultar a agenda e perceber que amanhã não vai dar para andar só a passear papeis. Deviam dizer o mesmo à equipa lá em baixo. Nisto Fábio Ronaldo e Sylla rendem Gabrielzinho e Costinha, apagados um e outro. Chego a pensar que são clones dos mesmos jogadores que começaram a época. 

Ora bem, Freire mexeu nos rapazes, Freire ganhou. FR cruza, Ronan ajeita, Zé Manel marca. Toma lá Covilhã! Só me aflige só terem passado 79 minutos. Ainda há unhas para roer, vai dar para aguentar. Quando sobe a placa de tempo adicional aquele 4 parecia um 9. Que falta me fazem os óculos! Felizmente FR vê melhor que eu, iludiu um defesa adversário e encontrou Zé Manel sozinho para o 3-1. Estava ganho! Ainda dizes mal do Freire, ó palerma ingrato e convencido? A resposta é rápida e simples: hoje ganhou o jogo com as substituições merece todo o crédito. Mas há que jogar mais e ser mais regular. 

Nota final para outra mea culpa: Pedro Amaral hoje jogou por nós. 


1.2.22

O Silêncio... Porquê?

Do empate com as pUlacas sobram 4 coisas:
-deixar que tivessem o gosto de nos roubarem pontos;
-deixar que festejassem um empate (que para eles é uma vitória) em nossa casa;
-perdermos pontos em casa contra uma equipa que vai descer;
-ficarmos calados feitos inocentes, quando outros na mesma situação teriam ido com tudo para a flash, conferência de imprensa e feito vídeos para circular nas redes sociais.

Fizemos um grande jogo? Não.
Não ganhamos, não dominamos como na primeira volta, não os encostamos lá atrás, não fomos para cima deles... mas,
Fizemos mais que eles para ganhar? Sim, sem dúvida.
Mais oportunidades de golo (aquela do Aziz está ao nível das falhas do Pedro Amaral e do Aderllan, só que como é avançado quase ninguém valoriza, mas o prejuízo para a equipa é o mesmo - inaceitável) e apesar de em alguns momentos eles terem bola, nunca nos conseguiram assustar.
Fomos roubados? Claramente.
Se Vítor Gomes foi bem expulso por uma burrice de todo o tamanho (e atenção que sou daqueles que diz que Vítor Gomes deve jogar sempre e que se descemos o ano passado é porque não havia um Vítor Gomes a parar saídas adversárias mesmo que para isso tenha de ver amarelos) e se mesmo Pedro Mendes em vez de amarelo pudesse ter visto vermelho, a verdade é que ainda na primeira parte e portanto antes disso tudo, sofremos um golo que é mal validado, o jogador está fora-de-jogo e mais que isso: há um penalti que ninguém fala sobre o Costinha.
Ambos os lances no enfiamentos dos árbitros assistentes. Inacreditável. 

Todos nos lembramos do Mota na primeira volta, ao ataque na flash e o alarido que isso deu, mesmo não tendo razão.
No Rio Ave FC parece que há uma cambada de moles. O treinador falou "ao de leve" no golo deles, mas, ou por se sentir desprotegido ou por ter indicações para isso, desvaloriza esse facto.
Depois, não há um Presidente (já sei que Director Geral não há) que venha falar na conferência? É deixar andar?

Posto isto: na segunda volta, tal como na primeira em 3 jogos 7 pontos. Se mantivermos esta média até final da Liga subimos. Contudo, não podemos esquecer que na primeira volta demos duas aulas de futebol aos estudantes e às pUlacas. Nessa vitória contra a Académica e no empate em Faro tínhamos a convicção que estaríamos a defrontar 2 adversários directos. Hoje sabemos que essas duas equipas, juntamente com aquele grupeto que cá veio no domingo são as 3 piores equipas da Liga2 e que os 7 da segunda volta pontos foram sofríveis. Perdemos 4 pontos contra equipas que provavelmente vão descer e os 2 próximos jogos são contra as 2 equipas imediatamente acima destas 3. Temos de ir com tudo o que não fomos no domingo. A partir daí vamos defrontar equipas a sério.