Seria suposto hoje estar a escrever sobre uma possível desilusão ou sobre uma grande vitória sobre um adversário directo ou até sobre um jogo fraco sem história nenhuma.
A verdade é que não arrancou o campeonato para o Rio Ave FC, tendo como causa algo grave.
Falta de segurança na bancada nascente.
Em primeiro lugar: se há risco de alguém se magoar ou perder a vida então a tolerância deve ser 0. Não há jogo de futebol no mundo que se deva sobrepor à integridade nem muito menos à vida de ninguém e nesse aspecto a decisão era básica: não arriscar.
Depois vêm outras questões.
O relatório foi entregue dia 8/8/2019. Quando foi pedida a vistoria? 2 dias antes?
Ou 3 meses antes como se fala?
O ISEP não tem capacidade para apresentar um relatório em menos de 3 meses?
1 semana antes houve jogo nos Arcos com adeptos da Oliveirense na bancada nascente.
Tinham condições de segurança? Os adeptos do Vitória são mais que eles?
Houve negligência da Liga em autorizar um jogo sem vistoria?
Naquela bancada há um café, há balneários e há mais movimento.
Acredito também que 60 pessoas não façam o peso de 2500 em movimento e que as vibrações provocadas por estas aumentem exponencialmente e muito qualquer tipo de risco da estrutura.
Mas sem relatório, uma semana antes, como se adivinhou isso?
E não devia ser o Rio Ave FC a explicar isso aos sócios?
A dar "uma palavrinha"?
Desportivamente saíamos prejudicados, na minha interpretação. O Vitória tinha o nosso jogo entre 2 jogos europeus. Embora já numa fase mais adiantada de preparação acredito que neste momento, mais que ganhar em Vila do Conde, a cabeça deles estaria na Liga Europa. Algo que a 8 de Setembro não se passará até por ser data de selecções.
Jogaremos o primeiro jogo do campeonato, na prática, fora de casa e em Famalicão. Adversário teoricamente directo e que neste momento já tem 3 pontos, já passou a ansiedade da estreia, quando nós ainda não e em que um empate os deixa 3 pontos à nossa frente.
Em termos de imagem saímos denegridos de uma forma escandalosa, mesmo que não haja responsabilidade total do clube. Em termos de comunicação houve deficiência na forma como se expôs o assunto e a direcção ficou mal vista.
A reforçar este ponto, temos o facto de nos últimos 5/6 anos se falar constantemente na falta de condições que o estádio proporciona aos adeptos e numa cobertura que não foi feita na bancada poente... porque tecnicamente não era viável.
Agora temos antes disso de resolver o problema da bancada nascente, que como toda a gente já vinha dizendo tinha menos condições que a poente.
Vou só reforçar algo que disse há uns tempos.
Temos neste momento uma bancada péssima e uma bancada má (exceptuando as zonas dos camarotes e da tribuna presidencial que sofreram obras de remodelação há 5 anos).
A bancada péssima, a Nascente, aquela que não tem condições, bem podia ir abaixo, fazer-se uma bancada adequada ao grau de elevação que o Rio Ave FC hoje apresenta na primeira liga e com as condições de dignidade que os seus sócios merecem e um pouco mais acolhedora, coberta e abrigada e passarem os sócios para a Nascente, ficando a poente, má como está para os visitantes, onde já não era necessária uma nova cobertura, porque serviria exactamente como está.
Só queremos uma bancada à Paços.
PS: Se o fizerem e quiserem voltar a pôr os bancos do lado poente e deixarem a presidencial e camarotes na poente, assim o façam... se calhar até ouvem menos bocas. Até dava jeito...
Mas alguma coisa é preciso fazer. Ou na poente... ou na nascente.