14.5.19

Meus amigos, eu gosto é de futebol

E por isso só vou falar de futebol.

Estas poucas palavras vão ser um exercício teórico falando sobre o jogo de domingo passado.
Então nesse domingo passado assistiu-se a um jogo de futebol entre duas equipas de planetas diferentes, uma do planeta verde e outra do planeta vermelho. Celebrava-se a união entre povos distintos e o árbitro era do planeta amarelo. Nas bancadas não havia ninguém.

Foi um jogo interessante. Não foi muito bem jogado, mas ainda que a equipa vermelha tenha estado sempre em vantagem, a equipa verde deu boa réplica e manteve o resultado final em aberto até ao fim. O árbitro cometeu erros e a equipa vermelha até foi beneficiada. No entanto, isso não conta para nada, não interessa, porque era apenas um jogo amigável. O árbitro não errou com um propósito de beneficiar ou prejudicar verdes ou vermelhos, apenas errou porque os seres do planeta amarelo erram, como nós humanos erramos. Toda a gente sabe que o árbitro errou e toda a gente o admite.
Eu, pelo espectáculo, não me sinto de todo defraudado. O futebol é um excelente entretenimento. Fim de exercício teórico.

Domingo foi parecido com isto. Menos o público nas bancadas, menos o jogo ser a feijões, menos o erro que toda a gente admite. Como é sabido o nosso país não é de gente séria quando toca a política e futebol. Aliás, eu, se fosse presidente do Benfica, fazia um partido político. Com tanta unanimidade e seguidismo ganhava sempre as eleições. Bastava prometer que o clube ganhava todas as competições de todas as modalidades em que participasse. Só isso. Até o actual primeiro ministro se desfiliava do seu partido e se candidatava a líder do Benfica. Já viram que bom era para ele não ter de levar com os outros partidos da geringonça? E por falar em geringonça, por que é que os clubes mais pequenos não aprendem com a política e se geringonçam?

Bem, na verdade eu tinha dito que só ia falar de futebol, mal toquei no assunto e pus-me a falar de outras coisas. Também não sou sério. Prisão comigo!