Açores e Madeira: obrigado. 3 jogos = 3 vitórias.
Ganhamos, jogando muito mal, sendo muito fracos, mas
ganhamos.
E o que era preciso era ganhar. Portanto: ida à Madeira –
objectivo cumprido.
Fizemos um jogo muito mau, principalmente na segunda parte.
Pouco ataque organizado, mas muito trabalho defensivo e muito dele eficaz –
algo que era um grande problema e que embora continue a sê-lo, melhorou
bastante.
Depois os destaques individuais.
Temos o melhor guarda-redes da Liga NOS entre os postes, a
par de Casillas. Para mim Leo nesse aspecto é fabuloso. Tem de trabalhar saídas
a cruzamento, melhorar abordagem em remates de longa distância e aperfeiçoar o
trabalho de pés, mas no um-para-um com o avançado e na reacção a remates à
queima é de facto um génio.
Nadjack mantem as debilidades defensivas, mas parece-me mais
agressivo e isso atrapalha o oponente. Estes centrais são muito melhores em
todos os aspectos que os que vinham a jogar. Coentrão a lateral é ter um dos 3
melhores laterais esquerdos do campeonato: melhor só Grimaldo e Alex Teles.
Depois vem o problema da segunda volta: o meio campo. Não
tem havido estabilidade. Expulsões, acumulações de amarelos e lesões. Leandrinho
é esforçado, aprecio o profissionalismo, comprometido, mas não tem qualidade
para o Rio Ave FC. Jambor está em baixo de forma, mas tem uma visão de jogo e
qualidades técnicas inegáveis. A grande questão será: qual a sua posição? 6
puro, 8, não consegue jogar em duplo pivot? A trabalhar… e definir. Diego ainda é aquele que consegue pautar o
jogo e dar-nos algum critério ofensivo. Esteve bem, como costuma estar quando
está disponível para jogar. De referir que no final do jogo, depois de vir de 2
jogos de castigo por ter sido expulso no final de um jogo, no final deste já
estava novamente metido num sururu. Já tem idade para ter juízo.
Ataque: Galeno em baixo de forma há muito tempo. Murilo muito trapalhão e
perdido. Ronan fez o que tinha a fazer, com sorte, mas fez. Contudo, seja
Ronan, seja Bruno, sejam os 2: Vinícius tinha outro nível… e o José Fonte que
diga o diga (Vinícius brincou com um central campeão da Europa este
fim-de-semana).
Posto isto, com 11, jogamos mal mas ganhamos. E mais que
isso: voltamos a marcar primeiro e com 11, conseguimos segurar a vantagem. Como
tal, ter 11 é muito diferente de ter 10, porque a equipa recua, mas fica lá na
frente 1. E esse 1 segura 2 adversários, o que com 10 não é possível. Noutros
tempos não segurávamos vantagens, nem com 10 nem com 11. Portanto, tivemos bola
na primeira parte até fazer o golo. Depois demos a bola ao adversário e fomos
eficazes a defender. Sendo que Leandrinho não é Busquets nem Fernandinho,
Jambor não é Rakitic, nem Matuidi nem muito menos de Bruyne e Diego tendo um 10
nas costas não é Dybala nem muito menos Messi, fez-se o que haveria para fazer.
Segurar. Mas sendo mais realistas: Leandrinho não é Pelé, Jambor (vai ser melhor mais ainda) não é Novais e
Diego (tem potencial para, mas) não é Geraldes (o do ano passado e não a múmia
que anda este ano por Alvalade).
Com isto quero dizer que prefiro ganhar e jogar mal, principalmente nesta fase, do que carregar e massacrar e empatar ou perder. Porquê? Porque jogar bem e ganhar é para Barcelona, Juventus, Bayern, City ou internamente Benfica e Porto. Os outros ganham como podem.
Daniel Ramos deu estabilidade defensiva à equipa. O futebol
é feio mas o que conta são as que entram. Eu não sou a favor de que se defenda
um treinador por ser vila-condense. Mas também não sou a favor que se massacre
ou que se exija mais do que a outros simplesmente por sê-lo.
É óbvio que 13 pontos em 11 jogos é mau para aquilo que
vinha sendo o nosso hábito. Mas para aquilo que as arbitragens nos têm feito
parece-me o possível.