20.6.13

Formação/balanço (entrevista a Francisco Costa/2): só jovens de Vila do Conde

2 – O que é que pensas sobre o tema da formação com apenas jovens de Vila do Conde?
«Claro que gostaria, mas atenção, dependendo dos objetivos delineados inicialmente para o projeto. Ou seja, isso se me pedirem para potencializar jovens com o objetivo de serem Seniores e com qualidade, e que para, além disso, os resultados na formação não são importantes e consequentemente o estar nos Nacionais do escalão não tem importância. Então, deixaremos o trabalho de prospeção que temos vindo a usar com o único objetivo de termos qualidade, para começarmos a ficar com os nossos jovens, mesmo que estes não tenham a qualidade desejada. Acham que isto faz sentido? No meu entender, claramente que não! Faz sentido, sim, trabalharmos muito bem na base, nos escalões mais baixos e investir aí com uma formação com competência e rigorosa. Assim, tenho a certeza que as nossas crianças (de Vila do Conde), e que são a grande percentagem nesses escalões, irão ser melhor formados, a sua qualidade vai ser superior e irão ser mais competentes quando chegarem às idades de decisão (Juniores). É esse trabalho que está a ser feito, embora, por vezes, não agrade a algumas pessoas que têm os seus filhos na nossa formação e que são de Vila do Conde e que não conseguem entender que nem todos podem vir a ser “Fábios Coentrões” e desta forma entenderem que os seus filhos terão que rumar por outros caminhos que não o Futebol. É difícil fazer entender isto a muitos pais e claramente os pais são um problema nesta área. Será importante também dizer que o Rio Ave tem um papel social a desempenhar e temos algumas crianças no nosso departamento que na realidade não teriam condições para permanecer no nosso Clube, mas por razões ditas sociais fazemos questão que os mesmos fiquem connosco e, assim, poderão ter uma orientação desportiva com os nossos princípios e valores, retirando a possibilidades dessas mesmas crianças seguirem outros caminhos.
Sendo assim, na minha perspetiva, claramente o caminho a seguir é de facto formar bem e com rigor. Se conseguirmos aliar as nossas crianças de Vila do Conde à qualidade no processo de formação, então bem melhor. Temos que nos convencer que o Rio Ave é um clube formador e consequentemente vendedor, em consequência desses fatores a qualidade terá que estar inerente a todo este processo e, por isso, sermos realistas e objetivos na avaliação é prioritário»