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O que é que pensas sobre o tema da formação com apenas jovens de
Vila do Conde?
«Claro que gostaria, mas atenção, dependendo dos objetivos delineados
inicialmente para o projeto. Ou seja, isso se me pedirem para
potencializar jovens com o objetivo de serem Seniores e com qualidade, e que para, além disso, os resultados na formação não são
importantes e consequentemente o estar nos Nacionais do escalão não
tem importância. Então, deixaremos o trabalho de prospeção que
temos vindo a usar com o único objetivo de termos qualidade, para
começarmos a ficar com os nossos jovens, mesmo que estes não tenham
a qualidade desejada. Acham que isto faz sentido? No meu entender,
claramente que não! Faz sentido, sim, trabalharmos muito bem na base,
nos escalões mais baixos e investir aí com uma formação com
competência e rigorosa. Assim, tenho a certeza que as nossas
crianças (de Vila do Conde), e que são a grande percentagem nesses
escalões, irão ser melhor formados, a sua qualidade vai ser
superior e irão ser mais competentes quando chegarem às idades de
decisão (Juniores). É esse trabalho que está a ser feito, embora,
por vezes, não agrade a algumas pessoas que têm os seus filhos na
nossa formação e que são de Vila do Conde e que não conseguem
entender que nem todos podem vir a ser “Fábios Coentrões” e
desta forma entenderem que os seus filhos terão que rumar por outros
caminhos que não o Futebol. É difícil fazer entender isto a muitos
pais e claramente os pais são um problema nesta área. Será
importante também dizer que o Rio Ave tem um papel social a
desempenhar e temos algumas crianças no nosso departamento que na
realidade não teriam condições para permanecer no nosso Clube, mas
por razões ditas sociais fazemos questão que os mesmos fiquem
connosco e, assim, poderão ter uma orientação desportiva com os
nossos princípios e valores, retirando a possibilidades dessas
mesmas crianças seguirem outros caminhos.
Sendo assim,
na minha perspetiva, claramente o caminho a seguir é de facto formar
bem e com rigor. Se conseguirmos aliar as nossas crianças de Vila do
Conde à qualidade no processo de formação, então bem melhor. Temos
que nos convencer que o Rio Ave é um clube formador e
consequentemente vendedor, em consequência desses fatores a
qualidade terá que estar inerente a todo este processo e, por isso,
sermos realistas e objetivos na avaliação é prioritário»