13.4.09

24ª j - Leixões - Um filme já visto

Se o Rio Ave tivesse 24 ou 25 pontos, eu estaria aqui a dizer que fomos a Matosinhos com uma equipa montada para ser matreira e explorar o contra-ataque. Mas face à nossa classificação, acho que fomos demasiado expectantes e que nos faltou nervo e força. Mesmo tendo estado ao nível do Leixões na maior parte do tempo, isso é insuficiente. A exibição não foi má em termos de futebol jogado, mas também não passou de razoável e com a mesma lacuna no que toca a fazer golos. Este deve ter sido o jogo fora de Vila do Conde em que foi mais fácil chegar à área adversária. Depois faltam 3 coisas: melhor assistência para golo, presença na área e golos. E sábado para além de um Yazalde desinspirado, acho que nos faltou um médio ofensivo para criar desequilibrios na área do adversário. Não necessariamente um organizador, porque a equipa soube distribuir-se e fazer chegar a bola às alas onde Coentrão e Moutinho foram quase sempre melhores que os oponentes.

O Rio Ave tem qualidade, mas tem falta de moral. Falta quem seja capaz de dar um grito de revolta e se transforme na força necessária para carregar com a equipa toda para cima dos adversários e nos faça ganhar jogos. Não há um líder no terreno. Niquinha é capitão, mas o seu exemplo de entrega ao jogo não parece bastar e o veterano brasileiro não parece ter perfil para reunir o grupo e o espicaçar. Delson está desmotivado e não parece o mesmo. Evandro caiu num buraco de forma de onde não parece sair mais. E refiro estes porque são dos mais antigos e deviam ser quem mais tem influência no grupo.

E por falar em jogadores, achei Moutinho o melhor. O emprestado pelo Marítimo tem atitude e qualidade. Precisa de melhorar na assistência para golo e no remate à baliza, mas é um jogador precioso. E que me parece com muita vontade: quando saiu não foi imediatamente para o banco, ficou a assistir a um canto a nosso favor. E por não resultar nada, mostrou sinais de frustração. Um exemplo! Um jogador que gostava de ver a tempo inteiro em Vila do Conde. Também gostei da irreverência de Coentrão e de Wires, que justifica mais oportunidades e podia fazer Miguel Lopes jogar mais adiantado.

Carlos Brito leva nota 1. A táctica é o problema? Não. Acho que o problema está já em parte na mente dos jogadores. O sistema de jogo já está implementado, saiba agora Brito moldar a psique dos atletas.

1 comentário:

Rui disse...

Posso estar enganado, mas o problema já vem de mt trás, desde a pré-época e a falta de qualidade da grande maioria dos jogadores contratados.

O Brito não faz milagres, mas também é certo que não tem mostrado qualidades vistas anteriormente, quer ao nivel de raça/querer quer ao nível de qualidade de jogo (com melhores jogadores).

O abismo está próximo e não vejo forma de sair de lá...