(Leixões) Uma equipa perturbada (e um penalti...)

É certo que houve azar (bola no poste), uma grande exibição de Beto e uma arbitragem que perdoou (pelo menos) um penalti ao Leixões, mas o Rio Ave só acordou para ganhar (neste caso empatar) a 20 minutos o fim.
Na primeira parte apenas teve um lance de perigo com a primeira de várias defesas de Beto. E depois teve a azelhice de Edson, ainda assim um dos menos maus em campo, um dos que mais fez para não perder.
Depois de ter visto o jogo em Matosinhos, reforcei a minha ideia (que venho tentando transmitir desde Paços de Ferreira): não está em causa o querer dos jogadores (acredito que a maioria queira muito), mas o seu ânimo, o seu estado de espírito. A equipa não tem alma, no fundo deixou de acreditar. É uma equipa triste, sem liderança ânimica, perturbada. E é aqui a principal falha de Carlos Brito. Sempre acreditei que pior era impossível. Enganei-me. A falha de Brito não é tanto na escolha dos jogadores ou na disposição táctica, mas na liderança ao nível do balneário. O seu onze de ontem era mais ou menos óbvio, com a excepção de Delson (o pior em campo), que devia ter saído muito mais cedo. Vítor Gomes entrou muito bem para o seu lugar e se houver justiça no futebol agarrou o lugar (há quantos meses Delson não marca um livre em condições, há quantos tempo não marca um canto em condições? Não há esses números, caramba?).
O melhor em campo foi Gaspar. Nota positiva também para Moutinho (trapalhão mas voluntarioso), Coentrão (ninguém quer mais do que ele, mas as coisas não saem bem) e Wires.
Uma nota negativa para Yazalde: é, neste altura, o espelho do que disse antes sobre o desânimo colectivo. Yazalde arrasta-se em campo, joga sempre para trás, chega tarde à bola, nunca está onde deve estar. Delson e Niquinha são outros jogadores demasiado apagados.
Para Brito continuo a dar nota zero. Onde é que está aquele Brito vivo e interventivo do passado? Aquele que mexia e fazia mexer? Temos um Brito ele próprio o espelho da tristeza que invadiu a equipa - que erro a sua contratação!

PS - e após cada derrota a tarefa torna-se mais complicada: «Cada vez é mais complicado conseguir motivar a equipa»