Da Assembleia desta manhã: prejuizos, Alípio e activos

1) Compareceram mais sócios do que o habitual; continuam a ser poucos, mas havia alguma curiosidade, até porque o ainda presidente prometeu que seria «apresentado o negócio para a construção do novo estádio. A garantia é dada por Paulo de Carvalho, que pretende o fechar o seu ciclo no clube com a apresentação do trabalho da sua equipa directiva nos últimos tempos, numa obra que considera de "importância vital para a sustentabilidade" do Rio Ave e que, há cerca de quatro anos, foi definida como um dos pilares para o futuro»; pouco ou nada foi dito, pelo que - para os que isso esperavam - foi uma desilusão;
2) As contas mostram um milhão de euros de resultados negativos, face ao orçamento de «base zero» apresentado na Assembleia do ano passado. Razões fundamentais: as despesas com jogadores subiram mais 300 mil euros, aparece uma parcela para «comissões» de cerca de 75 mil euros e, sobretudo, na previsão quase não se previa amortizações, quando, de acordo com o relatório hoje conhecido, foram mais de 680 mil euros. A isto junta-se mais 200 mil euros de juros (que não estavam previstos) e temos o milhão de euros. Para (não) compensar o Rio Ave fez «apenas» 475 mil euros de receias com vendas de jogadores.
3) Alípio, o tal fenómeno de que muito se fala e pouco se sabe, voltou a ser protagonista. O associado Manuel Quintela - a quem prestamos sempre homenagem - perguntou se o miudo sempre foi vendido para o Real Madrid e quanto é que o Rio Ave ganhou com isso. Paulo de Carvalho não confirmou o negócio mas disse que o Rio Ave tem 1/3 do passe e que acima do milhão e meio de euros, numa futura transacção, garante esse terço mais 10 por cento.
4) foi uma Assembleia mais tensa do que o costume, mas que acabou por terminar melhor do que se podia esperar, com dois grandes rioavistas, Mário de Almeida e Paulo de Carvalho, a porem de lado as evidentes (e assumidas pelo lado do primeiro) divergências, fumando o cachimbo da paz; aplaudi.
5) Não intervim da AG embora tivesse aqui e ali me apetecesse (o desfasamento entre a proposta de orçamento 2007/2008 devia ter sido melhor explicado; as consequências do milhão de euros que transita para o novo exercício deviam ter sido abordadas), mas não ignoro que um detalhe pode ganhar uma dimensão especial (além da razão que explico acima). E não quis manchar um trabalho que, apesar destas questões, me parece meritório. A responsável financeira fez questão de dizer que pela primeira vez em 4 anos se apresentavam aos sócios com (todos) os salários regularizados e sem atrasos ao Estado. Paulo de Carvalho rematou com os activos do clube (Miguel Lopes, Sílvio, Vilas Boas, Fábio Faria e, surpreendentemente, Tiago Terroso) que podem/poderiam valer dois milhões e meio ao Rio Ave (contas por baixo).