21.3.21

B Sad: tudo pra ganhar e só deu empate.


Começando pelo fim: Miguel Cardoso queixava-se na flash interview que pouco se jogou fruto das constantes paragens no jogo. Eu concordo. Mas também acho que uma parte muito substancial da responsabilidade de termos tido o jogo que tivemos foi nossa.

O início do jogo até foi prometedor: primeira jogada ofensiva, Camacho isolado, falta do guarda-redes adversário que é expulso e livre perigoso. Do livre nada resulta e o que veio depois foi fraco, muito fraco. Já se esperaria que a B Sad viesse a Vila do Conde para jogar fechada e a apostar no nosso erro. Confirmou-se e reforçou-se essa ideia com a passagem do tempo. A B Sad plantou-se em posições defensivas muito sólidas e ficou à espera. E muito esperou, porque o Rio Ave primou por estar ausente do jogo. A ideia que me fica é que foi um jogo de pré-temporada contra um adversário da terceira divisão. O adversário vinha pra defender, mas como cedo ficou reduzido a 10, cerrou fileiras. O Rio Ave confiante na sua qualidade achou que seria um jogo de paciência, bastava estar lá que algo acabaria por acontecer, mais que é não fosse, as camisolas ganhariam o jogo. Se calhar o problema foi jogarmos de amarelo. Mas nada aconteceu. O Rio Ave não pressionou, não carregou, não teve confiança para arriscar no um para um, não criou desequilíbrios, foi lento, desinspirado, trapalhão. A B Sad não teve muito trabalho, não se desgastou, ficou atenta e sem suor, sem aflição resolveu tudo. Quando algo falhou na defesa deles, apareceu o poste a resolver. E essa cabeçada ao poste de Camacho foi um oásis.
Foi muito pobre a nossa produção. Como se quer ganhar um jogo se contra 10 não se faz sentir ao adversário que está com menos 1 e que vai ter de sofrer muito para não perder? Por isso, mesmo concordando com Miguel Cardoso no que toca ao tempo de jogo, há que fazer uma autocrítica também forte. A equipa deve fazê-lo e o treinador também deve fazê-lo, porque não foi capaz de arranjar forma de contornar o adversário, queimou substituições e até atirou com a moral de Meshino para o fundo do poço. Metê-lo em jogo e depois tirá-lo foi cruel. Não sei o que o jogador pensará e sentirá, mas nas circunstâncias em que aconteceram estas trocas eu não estaria nada feliz. Miguel Cardoso esteve mal, como também acho que errou na saída de Costinha.

Tal como o empate de Moreira de Cónegos, mais um ponto com sabor a derrota.