Desde o início da época e mesmo quando o Famalicão abriu uma
diferença pontual significativa para o Rio Ave FC nunca cheguei a acreditar que
eram realmente melhores que nós.
A verdade é que no jogo de ontem, no final da primeira parte
estava conformado e o meu pensamento era: “Estes gajos andaram sempre lá em
cima, às vezes tiveram sorte, noutras foram ajudados, mas a verdade é que na
hora da verdade, são mesmo melhor que nós.”
E a verdade é que eles fazem uma grande primeira parte e nós
entramos de uma forma que nem consigo qualificar. Vergonhoso.
Com defesa insegura, meio-campo perdido e ataque pouco
agressivo.
Erros infantis: F. Augusto tem os piores 45 minutos da época
é verdade, mas tivemos sorte de só lhe ter acontecido a ele as jogadas em que
perdeu a bola darem golo. Porque se somarmos as jogadas em que Tarantini, Diego,
Matheus, A. Santos e Figueiras erraram de igual modo e o Famalicão falhou, estaríamos
a falar de um massacre do género 4-0 ao intervalo… e era justo.
Ao intervalo Carvalhal mexeu, mexeu bem. Arriscou e saiu bem
(como poderia ter saído mal). Mas fez bem: preferia perder por 5 e saber que se tentou
chegar ao empate e à vitória do que perder por um ou por 2 sem nada para isso
ter feito.
E na segunda parte F. Augusto subiu muito de rendimento.
Diego começou a correr, o que, só por acaso, ajuda imenso… diga-se. Tarantini,
apesar das dificuldades técnicas que são evidentes e que todos já sabemos há
muitos anos, mantém uma capacidade de leitura de jogo e de compromisso que o seguram
como titular indiscutível e que desta vez, após Mané ter desfeito a defesa
adversária, culminou num golo do Capitão que bem o mereceu. A defesa
apresentou-se mais subida, menos nervosa e mais agressiva e no ataque Gelson
Dala tornou-nos muito mais rápidos, mais intensos, marcando até um dos golos.
Podíamos ter chegado à vitória, mas a verdade é que com as
oportunidades que eles tiveram na primeira parte, o empate acaba até por não
ser mau.
Discute-se muito o melhor em campo. Na primeira parte sem
dúvida que Artur Soares Dias conseguiu enervar os jogadores do Rio Ave FC a
marcar faltinhas em toquinhos contra nós e a deixar jogar quando carregavam nos
nossos jogadores. Enervou F. Augusto, enervou Figueiras, o próprio Tarantini
foi lá reclamar e isso arrastou-se à equipa toda.
Para mim o momento-chave foi o intervalo e Carvalhal, do
lado do Rio Ave FC, foi o homem do jogo. Pela forma como recuperou uma equipa
desfeita, desanimada e derrotada, para uma equipa aguerrida, ambiciosa e a
lutar por um resultado que parecia sem retorno.
Dentro do campo o nosso guarda-redes, apesar de ter tido
também alguns momentos de intranquilidade que não são habituais na primeira parte, não teve responsabilidade
nos golos e manteve-nos com um resultado que nos permitiu ainda lutar pelo
jogo. Apesar de ter passado despercebido na segunda parte, fruto da grande segunda
parte da equipa, sempre que foi chamado respondeu como nos tem habituado: com
segurança.
Estamos na luta.
PS1: Nuno Santos (nem tanto), Piazon e Taremi passaram despercebidos.
Completamente ao lado do jogo. E nestes jogos, contra adversários directos é
que quem é craque tem de aparecer.
PS2: Carvalhal só fez 2 substituições. Há claramente um desequilíbrio no plantel em relação ao meio-campo e Al Musrati continua a ser pouco, embora claro que é melhor chegar 1 que nenhum. Tarantini estava morto e não havia um "8" no banco. Nem há no plantel enquanto Jambor estiver lesionado.