Vitória nas Aves tão clara e justa que nem há nada a dizer.
Com esta vitória temos a possibilidade de na próxima jornada
chegar ao terceiro lugar, visto que jogamos contra quem lá está e o outro que
está lá também, joga contra o primeiro.
E aqui há algo interessante para discutir: a maior parte dos
adeptos querem um objectivo definido para um lugar: o 5º (que poderá amanhã
ficar definido que dá acesso a uma prova europeia se o Porto for com o Benfica
à final da Taça de Portugal).
Se por um lado, o treinador do Rio Ave FC não quer ouvir
falar na Europa nem nos lugares que dão acesso e quer objectivos por pontos: os
25+25 (quer na segunda volta fazer no mínimo o que fez na primeira), não deixa de ser curioso que um jogador titular, Nuno Santos, venha esta
semana falar mesmo antes do jogo do Aves afirmando que quer lutar pelo 3º ou 4º
lugar.
Em que ficamos?
Apesar de perceber a ambição dos jogadores e a fome dos
adeptos, racionalmente identifico-me mais com a “teoria” de Carvalhal.
Como já escrevi mais que uma vez, creio que o objectivo do
Rio Ave FC devem ser os 51 pontos, pois foi a maior pontuação conseguida nos
últimos 10 anos (mesmo quando eram 16 equipas a média de pontos não daria para
os 51 num campeonato a 18). E com 51 pontos para mim o objectivo estaria
conseguido dessem eles para o 3º ou para o 8º lugar.
E acho que deve ser esse o objectivo porque na minha óptica
para amanhã sermos melhor que os outros, temos primeiro de hoje ser melhores do
que aquilo que nós próprios éramos ontem.
Nos últimos 10 anos estamos cheios de casos de equipas que
fazem uma época brutal e depois desaparecem: seja no campeonato como Arouca,
Nacional, Paços (que até terminou em 3º), por exemplo; ou até terem ganho uma
Taça como a Académica ou o Aves (que deve descer este ano).
Ou seja, parece-me muito mais razoável que o objectivo para
os próximos 5 anos seja sempre fazer igual ou melhor do que aquilo que melhor
conseguimos nos últimos 10 anos, que são os 51 pontos (curiosamente é o
equivalente a metade dos pontos em disputa na Liga e a uma média de 1,5 pontos
por jogo). Depois, nos próximos 5, subir paulatinamente para os 55 como
objectivo. Parece-me mais sensato do que andar uma ou duas épocas iludidos e depois acordarmos como um
Arouca, uma Académica ou um Nacional, por aí perdidos.
Prefiro um crescimento sustentado, passo a passo, em que se houver uma queda
seja de um degrau, do que andar aos saltos no trampolim e depois de eventualmente
quase chegar ao céu, bater com estrondo no chão.
Creio que isto não retira ambição ao Clube, apenas torna essa mesma ambição mais controlada.
A queda brutal numa época apenas, pode fazer regredir o crescimento em 5 ou 6 anos.
No fundo, é preferível ter um euro de lucro quase certo, do que arriscar ter 2 podendo perder 5.
PS: o que se andaria a dizer se um jogador do Rio Ave num
jogo contra um grande, tivesse um dia como o central do Aves em que fez 2 penalties
e 1 auto-golo… (fica para reflexão).