Quando idealizei ontem à tarde escrever este texto imaginava algo a falar sobre o novo ano, o regresso às vitórias e um novo rumo.
No entanto, após a derrota de ontem esta não é de todo uma estreia de sonho, porque este texto faz-me lembrar o pesadelo que vivemos ontem em nossa casa com uma equipa e um clube, que com o devido respeito, não tem a dimensão do nosso.
Últimos 7 jogos da Liga NOS: 5 derrotas e 2 empates.
Última vitória para o campeonato em Outubro.
Pelo meio saltamos fora das duas taças.
Na primeira parte não estivemos bem. Posse de bola inerte no nosso meio campo, com o Moreirense a não fazer uma pressão muito agressiva, o que nos facilitou a vida (esporadicamente quando aconteceu os nossos jogadores tremeram). Além disso, os laterais a subir ao mesmo tempo no processo ofensivo, com um dos médios a baixar para o centro fazendo uma linha de 3 com os centrais até pode fazer sentido, mas isso seria quando se tem centrais rápidos e laterais capazes de reagir e recuperar rapidamente, o que não é o caso dos nossos. Aliás se do lado direito da defesa quase todos pediam Costinha dos sub-23, ontem acho que deixou de faltar o quase. Outro dos aspectos está relacionado com a saída adversária. O ano passado Guedes e Geraldes eram exímios em limitar uma saída eficaz do adversário. Faltas na saída de bola à entrada da área adversária, condicionamento de linhas de passe e pressão em cima do primeiro médio de construção. O facto de este ano termos jogadores com outros argumentos técnicos e até que marcam golos que Guedes não faria, não deixa de ser verdade que se um dia quiserem ser jogadores do Nápoles ou do Porto terão de começar a querer ajudar a defender. Aqui são craques, mas se um dia lá chegarem serão apenas mais um... e é essa a mentalidade que devem ter no nosso clube: são, cada um deles, só mais um.
Na segunda parte nem bem nem mal. Não existimos. Parabéns ao Moreirense e ao seu treinador. Mexeu na equipa na segunda parte de forma a partir o jogo e conseguiu. O Rio Ave não foi capaz de mastigar o jogo quando estava em vantagem, tal como fez na primeira parte... Ou seja, o Rio Ave FC manteve a posse de bola quando precisava de marcar e deixou-se entrar num jogo partido permitindo contra-ataques ao adversário quando estava em vantagem. O Moreirense explorou as costas da defesa no nosso pior lado, o direito e deu-se bem. Ganhou o jogo merecidamente com dois lances a envolverem os mesmos jogadores - coincidências.
A partir do segundo golo do Moreirense não vi o Rio Ave FC. Vi o Moreirense a treinar.
Domingo há jogo na Luz. Estreia de Daniel Ramos que terá muito trabalho pela frente e que se espera com coragem para mudar o que tem de ser mudado, promover quem tem de ser promovido, de forma a que joguem os melhores, tenham eles 16 ou 38 anos.