Foi um jogo aos repelões. Começámos atrevidos e a prometer bom futebol e golos, a dominar por completo o Paços, depois abrandámos em direcção a algum marasmo. Depois tocou o despertador com o final da 1ª parte e o golo de livre do Novais. O chá do intervalo retemperou ainda mais as forças e começámos a segunda a rebentar com as esperanças do Paços. Pico pra cima, pico pra baixo, pico pra cima.
Refastelei-me no banco de barriga cheia. A esta hora já tinha subido uns 10 degraus para me abrigar da chuva. A discussão entre adeptos passava por isto:
- qual o valor da futura transferência no Novais (concordámos que no mínimo vai render 11 milhões...);
- o nome daquele miúdo jeitoso que vendemos ao Benfica; (Krovinovic será sempre apreciado, mas Novais é que marca golos, pá!)
- quem ia o treinador tirar nas poupanças já a pensar em Braga.
Era neste tom sobranceiro e quase arrogante que se esperava pelo fim do jogo. Folgados, era o que era! Depois veio outro pico pra baixo em 3D: penalty, expulsão, golo. Penalty? Ok, não tenho opinião muito formada, aceito. Expulsão? Discordo. Expulsão porquê?
A disposição mudou. Acho que endireitámos todos as costas, mas a confusão pairava sobre nós, na bancada e no relvado. Marcelo já tinha saído e a defesa ressentia-se, Novais saiu para entrar Bruno Teles e a defesa não se equilibrava. Deixou de haver posse de bola, o pé-pra-pé não saía bem porque pés havia, não havia era cabeça.
3-2. Tudo pintado ali sobre o lado esquerdo da nossa defesa, o tal que tinha sido reformulado. O pico pra baixo descia e descia. O Paços falha o empate com remate para as núvens entre os nossos centrais e o cisne amarelo armara o seu canto. Ganhámos um pequeno elan e em contra-ataque Ruben fecha o jogo. Pico final pra cima.
Moral da história: os jogos só terminam no apito final do árbitro. O Paços tão fraquinho até ao nosso 3-0 chegou a parecer um gato com 7 vidas depois do penalty e da expulsão. O nosso "futebol-ciência" trabalhado no laboratório de Miguel Cardoso teve dificuldade para parar o futebol-emoção de Petit. Ontem correu bem. Ainda bem. Tudo está bem quando acaba bem, não é meu bem? Ou não é bem assim?