Uma grande figura deste nosso clube deixou-nos para sempre, marcou gerações e gerações de jogadores, sempre “malandro”, sempre lá, sempre presente, sempre justo, resmungão, protector dos mais fracos, brincalhão, e um coração sem fim! Quem não apreciava as suas brincadeiras, quem é que ficava zangado com aquele "mau" feitio, eramos incapazes…ele levava sempre a melhor, mas lá no fundo fazia-o com a mestria dos grandes, fazia autênticos milagres com tão pouco, sim no tempo em que a roupa e as chuteiras custavam um dinheirão, e eram lavadas e tratadas debaixo da bancada poente do Estádio da Avenida.
Sempre no meio da graxa, dos equipamentos, das chuteiras dos seus meninos, dos nossos jogadores, tratava tudo como ninguém.
Lembro a brincadeira, que todos levávamos, quando chegávamos aquela casa, o 1º par de meias que recebiamos, estavam imaculadamente limpas, e dobradas em forma de bola, mas sempre rotas… A reclamação era imediata, ele ia ao caixote, e tirava outro par, claro está, também rotas… Lógico! Até que desistias. Dizia ele “ -trazes de casa umas direitinhas, e quando jogares a titular eu dou-te umas sem estarem rotas…” tudo isto só durava uma semana! Era o espirito, aquilo era apenas para dizer que ali quem mandava era ele, e quem não acatasse a ordem, levava…
Nós, todos, adorávamos aquilo! Até os profissionais!
Não sei o que te dizer Tónio, (primo, dizias tu!)
Nunca me atrevi a chamar-te Pitalocha!
- Até sempre!
Gualter